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Doença ‘engana’ e faz paciente pensar que tem mau hálito

Mais comum do que se imagina, esse tipo de halitose prejudica a vida social, mas pode começar a ser tratada com o exame do hálito

17 out 2014 - 08h00
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A halitose subclínica ou imaginária é quando uma pessoa acredita e sente que tem mau hálito, mas na verdade não tem
A halitose subclínica ou imaginária é quando uma pessoa acredita e sente que tem mau hálito, mas na verdade não tem
Foto: Vladimir Gjorgiev / Shutterstock

Tudo começou com um gosto ruim constante na boca, que o agente de sistema, Lucio, logo deduziu ser mau hálito. Com essa ideia fixa na cabeça, acreditava que as pessoas não conversavam mais perto dele por causa do seu problema. “Eu chegava a sentir o mau cheiro. Aí aos poucos fui me afastando de todos. Até terminei um relacionamento por causa disso”, diz Lúcio.

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Ao procurar o dentista, o agente se sistemas descobriu que tinha a chamada halitose subclínica ou subjetiva. “A halitose subclínica ocorre quando há ausência de mau cheiro na boca, mas o paciente sente uma distorção do olfato e do paladar que o fazem acreditar que tem mau hálito, quando na verdade não tem”, diz Karyne Magalhães, ortodontista da ABHA (Associação Brasileira de Halitose).

Por mais que pareça atípica, esse tipo de halitose é comum. A grande questão é que os especialistas ainda não sabem ao certo sua origem. Há os que acreditam que possa ser uma alteração sistêmica, provocada pelo consumo de medicamentos capazes de alterar o paladar e o olfato da pessoa, que, por consequência, sente um gosto diferente ou um cheiro muito ruim vindo da boca. Outros profissionais acreditam que a halitose subclínica esteja ligada a alterações psicológicas, como traumas passados.

Detector de mau hálito

Para ter certeza que o mau hálito existe, é necessário procurar um dentista especializado. Existe, inclusive, um aparelho capaz de analisar os gases expelidos na expiração. Os resultados podem variar do grau 1 até o 7. “Os graus 1 e 2 indicam que o hálito está normal. Já os graus 6 e 7 indicam uma halitose muito forte combinada com problemas sistêmicos”, diz diz Alênio Calil, vice-presidente da SOBREHALI (Sociedade Brasileira de Estudos da Halitose).   

Com a ajuda desse aparelho, Karine costatou que os resultados de Lúcio deram negativo. “Mas só acreditei mesmo quando ela conversou bem pertinho de mim e garantiu que não sentia cheiro ruim nenhum e que tudo isso era coisa do meu psicológico. Hoje eu não evito mais ninguém, pois sei que não tenho mau hálito”, diz Lúcio. 

Quando o teste acusa grau 1 ou 2, indicando que a pessoa não tem o problema, mas ela insiste que sente o mau cheiro na boca, é hora de entrar com um tratamento multidisciplinar. “Mesmo quando o aparelho indica que o hálito está normal, para algumas pessoas, não é suficiente. Para esses casos é recomendado o auxílio de um psicólogo”, diz Alênio. 

No site da CETH é possível encontrar todos os especialistas que estão aptos a fazer esse teste e possuem o aparelho. Vale lembrar que qualquer pessoa pode fazer essa avaliação. 

*A pedido do entrevistado, o Terra preservou sua identidade

Fonte: Agência Beta Este conteúdo é de propriedade intelectual do Terra e fica proibido o uso sem prévia autorização. Todos os direitos reservados.
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