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Fim da sinfonia noturna; mulheres contam como lidam com o ronco do marido

22 abr 2013 - 07h11
(atualizado às 07h18)
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Nem tudo que acontece na cama de um casal é romance. Existe também o ronco. Mas além das cotoveladas para parar com a sinfonia noturna do parceiro, há meios para tratar o problema. A grande questão é conscientizar os roncadores que este é um tema que exige atenção e cuidados. Mesmo porque o ato de roncar pode apontar para problemas mais sérios de saúde.

Entre 30% e 40% dos adultos sofrem com o distúrbio respiratório, que é mais frequente nos homens e, geralmente, aumenta com a idade. Estima-se que mais de 60% das pessoas, acima dos 55 anos, sofrem com o barulho noturno, que é resultado das vibrações dos tecidos da garganta quando o ar passa em direção aos pulmões. 

Para os recém-casados o sono não anda fácil. Camila, 29, é empresária e juntou as escovas de dentes com o sócio Fabio, 30, há pouco mais de um ano. Já passou algumas noites no sofá para evitar brigas e conseguir dormir. “Odeio ser acordada e o ronco dele sempre me acorda, fico meio nervosa, não consigo voltar a dormir, e ele fica chateado porque diz que não tem culpa”, diz. 

Roncar não é normal

O dia em que o empresário Danilo, 28, pegou seu travesseiro e foi para a sala, abalou a relação com a jornalista Mariana, 28. Prontamente, ela procurou um otorrinolaringologista – que trata de ouvidos, nariz e garganta – e descobriu que seu problema era uma mistura de rinite com desvio de septo. “Tomei um remédio para a rinite e hoje ronco menos”, diz Mariana.

O ronco tem solução. Dependendo do caso, o indivíduo pode ter que se submeter a uma cirurgia devido à hipertrofia da adenoide ou a um desvio de septo, por exemplo. Em outros casos, precisa tratar da rinite alérgica. “Mas, na grande maioria dos casos, o uso de um aparelho intraoral em adultos diminui o ronco de 80% a 100%”, afirma a dentista Valéria Bordallo, especialista em ronco e apneia. 

Mas muitas pessoas que sofrem com o problema não procuram ajuda e passam a conviver com o ronco, como se fosse algo normal. Fabio tentou tratamento no Instituto do Sono da Fundação Santo André, mas foi três vezes e parou. “Ele não gosta de ir a médicos”, explica Camila. 

Também foi essa justificativa que a médica Larissa, 29, ouviu do marido Leonardo que faz dupla de ronco com a cachorra do casal, uma buldogue. “Eu cutuco ele para mudar de posição porque é difícil dormir com os dois roncando, e ele não quer saber de tratamento, sabe como é homem né?”, conta.

Apneia

Mas mais do que abalar relacionamentos, o ronco representa um alerta na qualidade do sono, que indica que algo não vai bem com a saúde. Ainda mais porque as pessoas que roncam podem ter um problema mais sério - a apneia. Neste caso, a obstrução da passagem de ar é total, por mais de 10 segundos. “O simples fato de roncar já aumenta de 3 a 5 vezes a chance de o indivíduo vir a sofrer algum acidente cardiovascular nos próximos 5 anos, sobretudo infarto agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral”, alerta Valéria.

Segundo o professor de ortodontia da USP, João Batista de Paiva, não necessariamente quem ronca tem apneia, mas todos que tem apneia roncam. Quem ronca tem sono durante o dia, acorda frequentemente na madrugada, acorda com dor de cabeça e transpira em excesso durante o sono. “Só com esses sinais está indicada uma consulta no especialista para que o mesmo investigue o grau de comprometimento da qualidade respiratória”, diz Paiva. 

Durante o exame clínico, caso haja suspeita de distúrbio respiratório, o dentista encaminhará o paciente para o otorrinolaringologista. Com o diagnóstico confirmado, é feito um exame específico, a polissonografia, que classifica a qualidade do sono.

Tratamento

O advogado Felipe, 35, sofria com o ronco, mas não ficou parado. “Já fiz polissonografias, cirurgias, e tive até indicação para dormir com ventilação mecânica”, diz. Hoje, ele dorme com um aparelho intraoral que posiciona minimamente a mandíbula para frente e libera o ar. “Uma última polissonografia para verificar a efetividade do aparelho mostrou que sem ele eu tinha em média 20 paradas respiratórias por noite”, conta.

Os aparelhos intraorais de propulsão mandibular têm apresentado resultados efetivos nos tratamentos de apneias leves e moderadas. Normalmente o dentista que planeja o tipo de aparelho a ser utilizado é o ortodontista.  “Quem utiliza o aparelho propulsor para tratamento do ronco e apneia o faz por tempo indeterminado, podendo ser por toda a vida e devem fazer acompanhamento profissional”, aconselha.

Já quando a apneia é severa, os aparelhos intraorais não são indicados. Para estes pacientes o uso de máscaras especiais (CPAPs) é o tratamento mais indicado. Elas mantêm pressão positiva e fluxo contínuo de ar nas vias aéreas, o que evita a obstrução.

Hábitos

O engenheiro Denis confessa: “Tenho 33 anos, corpinho de 53 e juízo de 15”. Essa fórmula é comum entre a maioria das pessoas que roncam. “O Leonardo está acima do peso e é o maior sedentário que eu conheço”, diz, Larissa. Já Fábio ganhou quase 12 quilos em dois anos. “Apesar disso ele joga bola três vezes por semana”, defende Camila.

Segundo Paiva, para evitar o ronco é possível mudar alguns hábitos, como dormir de lado, perder peso, evitar bebidas alcoólicas, tabaco, calmantes e relaxantes musculares e não fazer refeições pesadas antes de dormir.

Fonte: Agência Beta Este conteúdo é de propriedade intelectual do Terra e fica proibido o uso sem prévia autorização. Todos os direitos reservados.
Fonte: Terra
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