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Mulher descobre cisto no cérebro em consulta ao dentista

Os exames indicavam que não havia nada de errado com a paciente, mas o profissional suspeitou de um problema neurológico

28 mai 2015 - 09h14
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Quem poderia imaginar que um cisto no cérebro poderia ser diagnosticado em uma consulta ao dentista? Foi exatamente assim que Mariângela Rangel, psicóloga de 57 anos, descobriu o motivo de tanta dor de dente e de uma inexplicável fraqueza nas pernas que a acompanhava há algum tempo. 

Depois de analisar muito o problema, o dentista conseguiu enxergar um possível e preciso diagnóstico: a dor de dente podia ser um problema neurológico
Depois de analisar muito o problema, o dentista conseguiu enxergar um possível e preciso diagnóstico: a dor de dente podia ser um problema neurológico
Foto: hxdbzxy / Shutterstock

Tudo começou quando a psicóloga passou a sentir uma pequena moleza nas pernas e dificuldade para segurar a urina. Preocupada, ela procurou alguns médicos especializados e fez diversos exames que não revelaram problema algum. 

Porém, a situação ficou alarmante. “Eu sofri dois acidentes de carro em 15 dias. Eu simplesmente não consegui apertar os freios. Na primeira vez, culpei o carro. Mas na segunda, percebi que foram minhas pernas que falharam”, conta a psicóloga. 

Mariângela também sentia muitas dores nos dentes. “Era insuportável, eu não conseguia colocar o garfo na boca”, conta. Mas os exames odontológicos também não indicavam problema bucal. “Segundo os resultados dos exames eu estava ótima. Mas as dores só pioravam. Alguns médicos começaram a dizer que meu problema poderia ser emocional”, diz a psicóloga.

A sacada do dentista

Mas foi graças aos conhecimentos do seu dentista que a situação ganhou um novo olhar. Depois de analisar muito o problema, ele conseguiu enxergar um possível e preciso diagnóstico. 

“Meu dentista sugeriu que eu procurasse um neurologista. Achei um absurdo porque se tinha um lugar que eu não sentia dor, era na cabeça. Mas ele explicou que eu poderia estar com algum problema ligado ao meu sistema nervoso”, diz Mariângela. 

Dito e feito. Depois de mais uma bateria de exames, foi descoberto um cisto no cérebro. “A localização era próxima ao nervo trigêmeo, responsável pela sensibilidade da face. Ele tem esse nome porque se divide em três ramos, o oftálmico, o mandibular e o maxilar”, explica Mariano Cruz Pires, neurologista. “Quando o ramo mandibular é o mais afetado, as sensações sentidas pela pessoa são facilmente confundidas com uma dor de dente muito forte”, explica.  

Dependendo da sua localização, um cisto no cérebro também pode causar cegueira, dores de cabeça, convulsões, problemas de equilíbrio, mudança no estado mental e até algum tipo de paralisia. Esse último exemplo explica a fraqueza nas pernas que Mariângela sentia. 

“Certamente o cisto também estava pressionando a região do cérebro responsável pelas funções motoras da paciente”, diz Mariano. 

Solução: um aparelho no cérebro

Como o cisto estava localizado em uma região complicada de mexer, os médicos optaram por não retirá-lo. Fizeram apenas uma limpeza no local e colocaram um aparelho para drenar o líquido que o cisto costuma produzir.  

Hoje depois de meses de recuperação e de sessões de fisioterapia para voltar a aprender a andar, Mariângela não sente mais nada. “Acabaram as dores de dente, a fraqueza nas pernas, tudo. No meu dia a dia eu nem lembro que tenho um cisto e devo isso ao meu dentista, que foi o único que conseguiu enxergar além dos resultados dos exames”, diz a psicóloga. 

Fonte: Agência Beta Este conteúdo é de propriedade intelectual do Terra e fica proibido o uso sem prévia autorização. Todos os direitos reservados.
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