Obrigada, egípcios! Povo inventou a pasta e a bala de menta
Bem diferentes dos produtos vistos hoje no mercado, itens foram criados para combater infecções bucais comuns na época
19 nov2015 - 08h00
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Estudos mostram que o número de pessoas com mau hálito chega a 50% da população adulta. Mas, se não fossem pelos egípcios, esse número poderia ser ainda maior. Isso porque duas invenções importantes que garantem hálito fresco foram providenciadas por eles: creme dental e bala de menta.
Segundo o site Mega Curioso, os egípcios sofriam com problemas de desgaste e infecções. O motivo eram as pedras utilizadas para moer farinha para o pão, que se deterioravam na massa em areia e cascalho e acabavam sendo consumidos e desgastando o esmalte dos dentes até expor a polpa, tornando-os vulneráveis à infecção.
Esse era o quadro ideal para a propagação do mau hálito. Foi por isso que eles inventaram as primeiras balinhas, uma combinação de incenso, mirra e canela fervidos com mel e que eram moldadas em forma de pelotas. Mas não é só isso, segundo o How Stuff Works, arqueólogos encontraram palitos enterrados ao lado das múmias, para que eles pudessem limpar restos de comida entre os dentes na vida após a morte.
No ano passado, pesquisadores encontraram em uma tumba egípcia de cinco mil anos um instrumento parecido com uma escova de dente. “Era mais um ramo de planta que teve a sua extremidade toda desfiada até que as fibras funcionassem como cerdas”, diz Sandra Lipas Stuarbell, cirurgiã-dentista e pesquisadora.
Creme dental de casco de boi
Para complementar a higiene, eles usavam uma mistura de ingredientes, como pó de cascos de boi, cinzas, cascas de ovos queimados e pedras-pomes que fazia o papel do creme dental. Mais tarde, a fórmula foi aprimorada com sal-gema, hortelã, flores secas de íris e grãos de pimenta.
Muito tempo depois, na Inglaterra, em meados do século XVIII, químicos desenvolveram um creme mais parecido com as pastas que conhecemos hoje. “Eram usados pó de porcelana, sal, tijolo e até carvão vegetal para produzir produtos que eram extremamente abrasivas para o esmalte dental”, diz a especialista.
Foi o dentista americano Washington Sheffield, em 1850, que desenvolveu a primeira pasta de dente de fato. “Ele inventou um pó para limpar os dentes feito de giz e sal que se tornou muito popular no país, naquela época. A ideia teve uma sacada ainda melhor quando o filho de Sheffield criou um tubo flexível para armazenar o produto fabricado pelo pai”,
O homem já usou galhos, folha e até palitos de ouro para limpar os dentes. Por um longo período as escovas eram feitas com um osso como cabo e pelos de animais como cerdas. Uma escova mais parecida com a que usamos hoje, achada por paleontólogos na Europa, tem cerca de 300 anos. As cerdas de náilon, como conhecemos, surgiu apenas em 1938.
Foto: Shutterstock
Os homens da caverna podiam não conhecer a escova de dentes, mas tentavam limpá-los com galhos e folhas de árvores. Os assírios usavam as mãos e dedos. Manuscritos encontrados na antiga Babilônia indicam que palitos de ouro eram utilizados para a higiene bucal há 3.500 anos a.C. Já os grego lançavam mão de penas de abutre e espinhos de porco-espinho. Até Aristóteles se preocupava com a saúde da boca. No século III a.C., o filósofo aconselhou Alexandre o Grande a limpar seus dentes com uma toalha de linho para tratar o sangramento das gengivas.
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O objeto que chegou mais perto de uma escova foi achado no Egito. Nada mais era que ramos de plantas, fibras vegetais ou raízes de árvores que, quando desfiados, pareciam um pincel. Conhecida como "chew stick" - ou palito de mascar - a escova era feita mastigando-se ou amassando as pequenas raízes até que as fibras de uma das pontas se soltassem o suficiente para formar uma escova rústica.
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No século XV, na China, a matéria-prima para as escovas eram pelos de animais, principalmente de porcos e cavalos, que eram amarrados a pedaços de ossos ou varas de bambu. O problema é que as escovas machucavam a boca das pessoas, além dos pelos acumularem umidade e acabarem mofando. Para agravar a situação, as famílias compartilhavam a mesma escova. Assim, um passava doenças bucais para o outro.
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Foi no século XVIII que ingleses apresentaram ao mundo uma escova dental mais moderna. A diferença é que e as cerdas de pelo de porco eram amarradas dentro de buracos perfurados no osso que servia como cabo. A escova mais antiga da Europa tem aproximadamente 300 anos e foi descoberta durante escavações arqueológicas em um antigo hospital municipal de Minden, na Alemanha.
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As cerdas de náilon, que usamos hoje, foram desenvolvidas em 1938 por Robert Hutson, nos Estados Unidos. Com o sucesso do novo modelo, muitos formatos foram testados desde então. Segundo o cirurgião-dentista, Hugo Roberto Lewgoy, hoje, sabe-se que o mais indicado é usar escova com fibras ultramacias com mais de cinco mil cerdas, o que permite que a higiene seja feita sem desgastar o esmalte dental ou machucar as gengivas.