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Pesquisa: dentista antes dos 4 anos traz saúde e economia

As crianças que fizeram a primeira consulta mais tardiamente gastaram em média 360 dólares a mais em procedimentos

9 nov 2015 - 08h00
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O Pediatric Dentistry divulgou um estudo com evidências que comprovam que uma intervenção odontológica precoce pode trazer benefícios clínicos e econômicos. Os pesquisadores examinaram, por um ano, dados referentes a gastos em procedimentos odontológicos de mais de 40 mil crianças, com idade entre 0 e 7 anos de idade. 

Aproximadamente 40% dessas crianças foram ao dentista pela primeira vez antes dos 4 anos, enquanto o restante foi pela primeira vez após essa idade. As crianças que tiveram o primeiro contato com o dentista mais tardiamente gastaram em média 360 dólares a mais e foram submetidos a 3,58 procedimentos extras em um período de 8 anos quando comparado às crianças que tiveram uma intervenção precoce do dentista.

A Associação Brasileira de Odontopediatria recomenda que uma avaliação de risco em saúde bucal seja feita até o sexto mês de vida por profissionais qualificados. Pode ser antes de nascerem os dentes de leite, para o dentista analisar os tecidos moles, como língua, gengiva e mucosa. 

“Se isso não ocorrer, um outro importante momento no primeiro ano de vida é quando os dentes decíduos (de leite) começam a aparecer, por volta dos 6 meses de idade. Os dentes devem ser examinados por um profissional, pois são importantes para o desenvolvimento da musculatura da face, da mastigação e da fala, e a mãe deve receber orientações de prevenção e manutenção de saúde bucal”, diz Marcelo Bönecker, professor de odontopediatria da Faculdade de Odontologia da USP. 

Segundo o especialista, se a criança visita o dentista no intervalo de retorno ideal, que é baseado nas necessidades dela, e tendo o foco na promoção da saúde, isto ocasionará uma diminuição de custos aos responsáveis, pois evitará possíveis tratamentos das lesões de cárie que são custosos, como restaurações dentárias, tratamentos endodônticos e extrações de dentes. “É importante ressaltar que cada criança é única e, portanto, tem necessidades de tratamento diferentes”, afirma.

Se a criança visita o dentista no intervalo de retorno ideal, ocasionará uma diminuição de custos aos responsáveis, pois a prevenção evita tratamentos
Se a criança visita o dentista no intervalo de retorno ideal, ocasionará uma diminuição de custos aos responsáveis, pois a prevenção evita tratamentos
Foto: 3dfoto / Shutterstock

Problemas de infância

Vale lembrar que a maior importância da odontopediatria é a prevenção de doenças bucais, com orientação desde a gestação. “As futuras mães devem ser orientadas em relação a higienização e hábitos de sucção de seus bebês antes mesmo do nascimento”, diz Gabriela Berti, pós-graduanda de odontopediatria da Faculdade de Odontologia da USP.

A cárie dentária é o problema mais comum na infância e manifesta-se inicialmente com o surgimento de manchas brancas opacas. Se a lesão de mancha branca não for paralisada, pode dar origem às cavidades. A doença ocorre pelo acúmulo de biofilme dental (placa bacteriana) que se adere aos dentes. “O controle com escovação eficaz e uso diário de fio dental pode prevenir o aparecimento de lesões de cárie e até mesmo a progressão das lesões já existentes”, diz Thais Cordeschi, pós-graduanda de odontopediatria da Faculdade de Odontologia da USP.

Os traumas dentários decorrentes de quedas e pancadas também são muito comuns na infância e podem dar origem a fraturas e escurecimento ou perda de dentes. “Outro problema comum na infância são as más oclusões (dentes fora da posição correta), que muitas vezes podem estar associadas à chupeta, chupar o dedo, etc. As más oclusões podem alterar a fala, a mastigação e a deglutição, além de causar alterações estéticas”, afirma Thaís.

Fonte: Agência Beta Este conteúdo é de propriedade intelectual do Terra e fica proibido o uso sem prévia autorização. Todos os direitos reservados.
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