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Ruivo sente mais dor de dente e tem mais medo de dentista

A explicação seria uma mutação genética que também está presente na área do cérebro responsável pela dor

4 dez 2015 - 08h00
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Ir ao dentista pode não estar na lista de preferências de muita gente, mas, para os ruivos, a resistência pode ser ainda maior. Segundo um estudo publicado no The Journal of the American Dental Association, o motivo seria um fator genético que faz com que os ruivos sejam mais sensíveis à dor e mais resistentes à anestesia.

A pessoa ruiva tem uma mutação genética no receptor do gene Melanocortina-1 (MC1R), que é responsável pela produção de melanina. Assim, ela produz pouca eumelanina (cor preta e marrom) e mais feomelanina (cor vermelha ou alaranjada), característica genética chamada de rutilismo.

“A explicação mais aceita seria a presença desses receptores MC1R na área do cérebro responsável pela dor, tornado os ruivos mais sensíveis a dor e mais resistentes à anestesia”, diz Celso Lemos, professor de Estomatologia da Faculdade de Odontologia da USP.

O estudo também constatou que os ruivos têm duas vezes mais chances de evitar cuidar dos dentes no consultório por causa da dor. No entanto, as pesquisas mostraram que eles não são imunes aos anestésicos, apenas podem precisar de uma quantidade maior e podem demorar um pouco mais de tempo para atingirem a anestesia necessária para determinado procedimento.

O estudo também constatou que os ruivos têm duas vezes mais chances de evitar cuidar dos dentes no consultório por causa da dor
O estudo também constatou que os ruivos têm duas vezes mais chances de evitar cuidar dos dentes no consultório por causa da dor
Foto: Iryna Prokofieva / Shutterstock

Para Lemos, o profissional pode ajudar para a consulta ser mais tranquila. “O cirurgião-dentista pode planejar o tratamento do paciente em consultas mais curtas e racionalizar o uso de anestésicos, escolhendo aqueles de duração mais prolongada e com anestesia mais profunda”, afirma. 

Para não deixar o medo ser prejudicial à saúde bucal, a prevenção é a solução. “Nas gerações mais jovens, cada vez menos são necessários grandes procedimentos reabilitadores que necessitam de muitas consultas e anestesia, com exceção das exodontias dos terceiros molares (extração do siso) bastante comum em pacientes jovens”, diz Lemos.

Hábitos de higiene corretos e visitas regulares ao dentista resultarão em uma menor ou nenhuma necessidade de uso de anestésicos, pois procedimentos preventivos não precisam de anestesia.

Fonte: Agência Beta Este conteúdo é de propriedade intelectual do Terra e fica proibido o uso sem prévia autorização. Todos os direitos reservados.
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