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Sabia que o primeiro teste de morfina foi com dor de dente?

Até hoje o poderoso analgésico é usado em casos de dores severas, como problemas de canal

19 out 2015 - 08h00
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O alemão Friedrich Wilhelm Adam Sertürner (1783 – 1841) era aprendiz de boticário, e se interessou em desvendar o princípio ativo do ópio, usado como analgésico na época. Depois de alguns experimentos, ele fez publicações em periódicos científicos em 1806, mas com a falta de prestígio, ninguém deu muita bola para sua descoberta. Foi então que Sertüner decidiu testar a droga em si mesmo para se curar de uma dor de dente. 

Com o resultado positivo dos testes em si e em crianças, o produto ganhou notoriedade e começou a ser usado em 1815. O pesquisador nomeou sua invenção de morphium, em menção ao deus grego do sono, Morfeu. Só depois de alguns anos surgiu o nome morphine, na França.

Até hoje a morfina é usada em alguns casos, como a dor de dente de origem neuro-vascular, a “dor de canal", que é extremamente violenta é de difícil resolução com simples analgésicos. “A morfina ainda é o analgésico mais eficaz para tratamento das dores dentais de alta intensidade. Contudo, esse tipo de medicação causa dependência e deve ser prescrito apenas em casos especiais”, diz o cirurgião-dentista Celso Sanseverino. 

Em termos de classificação, existem três tipos de dor em relação à intensidade: fraca, moderada ou severa. O importante é o profissional saber diferenciar com muita cautela, pois a dor tem alto componente psicológico. 

A morfina é o analgésico mais eficaz para tratamento das dores dentais de alta intensidade, mas causa dependência e deve ser prescrito apenas em casos especiais
A morfina é o analgésico mais eficaz para tratamento das dores dentais de alta intensidade, mas causa dependência e deve ser prescrito apenas em casos especiais
Foto: Toranico / Shutterstock

Por que o dente doi?

Em geral a dor está ligada à uma situação vascular, nervosa, ligamentar ou todas em conjunto. Uma das piores dores descritas é a de origem dental. “Estamos nos referindo a dor por acometimento da polpa do dente, que é composta por vasos e nervos. A cárie é a origem mais comum do problema”, afirma Sanseverino. 

Analgésicos convencionais normalmente não aliviam completamente a dor nessa situação. “Essa é uma das grandes causas que levam o paciente a implorar pela extração do dente. O tratamento de eleição é o tratamento endodôntico (canal) que significa a remoção nervosa e vascular da parte interna do dente e das raízes”, explica o dentista. 

A melhor forma de evitar morfina, analgésico e tratamentos  é a educação.  Assim, é muito importante que, desde criança, a pessoa faça consultas periódicas ao cirurgião-dentista. Nesse contexto, cria-se o hábito de cuidar da boca e ter orientações fundamentais para cada etapa da vida. 

Muitas doenças se manifestam na boca em primeiro lugar, o que propicia muitas facilidades de tratamento e cura. “Atualmente, a saúde bucal começa com orientações mesmo desde antes de os primeiros dentes nascerem. Até o idoso deve ter um envelhecimento com qualidade de vida. Para isso, o cuidado permanente é a melhor e mais econômica solução”, diz Celso.

Fonte: Agência Beta Este conteúdo é de propriedade intelectual do Terra e fica proibido o uso sem prévia autorização. Todos os direitos reservados.
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