Saúde bucal para todas as fases da vida: 11 a 20 anos
A rebeldia da adolescência faz o período ser propício para uma incidência maior de cárie, além dos traumatismos dentários
6 jan2016 - 08h00
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Na segunda matéria da série de saúde bucal para todas as fases da vida, a dentista Claudia Tenório, da Biodente Odontologia, dá dicas de cuidados para adolescentes. Uma pesquisa feita pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, em Portugal, revelou que 20% dos adolescentes não escovam os dentes diariamente e apenas um em cada quatro escova os dentes duas ou mais vezes ao dia. “Principalmente na adolescência, é muito importante a educação bucal. Os hábitos e ensinamentos aprendidos nessa faixa etária, geralmente, são levados para o resto da vida”, diz a dentista.
: nessa fase da vida, além da cárie, são observados outros problemas, como a gengivite, a periodontite, a má oclusão – quando não há o encaixe entre as arcadas dentárias – e as erosões dentárias, devido à grande ingestão de alimentos ácidos, como os refrigerantes, além de traumatismos dentários.
Tratamentos: no caso da cárie e da erosão, é preciso fazer restauração e, em casos mais graves, tratamento de canal, caso a lesão atinja a raiz do dente. No caso dos traumatismos, é importante procurar um dentista imediatamente, a fim de examinar a área afetada para um tratamento correto.
Prevenção: Para a cárie e doenças da gengiva, uma boa escovação, com escova, fio dental e creme dental, além de bons hábitos alimentares, já auxiliam muito a prevenir essas enfermidades. A erosão também pode ser evitada com uma boa alimentação e higienização adequada. Já em relação aos traumatismos, eles estão, na maioria dos casos, ligados a acidentes. Sendo assim, é importante evitar atividades que coloquem os dentes em risco.
A adolescência é uma fase delicada, e todo cuidado é pouco para fazer a abordagem certa aos meninos e meninas que estão descobrindo mais sobre a vida e se despedem da infância. Em questão de saúde, é o momento de deixar o pediatra e começar a se consultar com um clínico geral, escolher o ginecologista e conhecer as especialidades da medicina. Da mesma forma, a odontologia tem o profissional especializado em cuidar da saúde bucal do adolescente, chamado de odontohebiatra.
Foto: Shutterstock
Segundo a Organização Mundial da Saúde - OMS -, a adolescência pode ser inserida na faixa que vai dos 10 aos 20 anos e é uma fase da vida em que questões sociais e comportamentais interferem muito nas escolhas que determinam a saúde. O odontohebiatra está habilitado a entender como os determinantes de saúde interferem nos adolescentes.
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Como em qualquer outra área, o profissional tem que ter conhecimento das atitudes e comportamentos específicos daquela idade ou grupo, e ser capaz de conquistar o adolescente. Uma atitude que se deseja é que o adolescente sinta que pode confiar naquele profissional e encontre nele um parceiro para tirar dúvidas e dividir seus anseios em relação ao processo saúde-doença.
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Outra vantagem é que o odontohebiatra tem conhecimento para utilizar recursos clínicos no auxílio do diagnóstico de comportamentos nocivos a saúde típicos da adolescência, como distúrbios alimentares e uso de drogas. Um exemplo disso é a observação de erosões ácidas -desgastes- nos dentes de adolescentes com bulimia ou anorexia.
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Para o dentista Marcos Moura, quando se fala em saúde bucal a palavra chave é a prevenção, e isso vale para qualquer idade. Deve-se promover uma mudança de hábitos de higiene bucal, com a escovação, uso do fio dental e raspadores de língua. Dessa forma, é possível evitar problemas bucais, entre eles o mau hálito. O adolescente que tem mau hálito pode sofrer bullying em uma fase crítica de sua vida, o que pode causar isolamento social e distúrbios psicológicos.