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Teste da linguinha em recém-nascidos evita o desmame precoce

Obrigatório em todas as maternidades desde 2014, o teste ajuda a reduzir problemas de fala e evita que as crianças larguem o peito cedo

1 jun 2015 - 08h00
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O teste da linguinha é um exame feito no bebê para identificar alterações no frênulo lingual, uma pequena membrana que fica embaixo da língua e a conecta com o assoalho da boca. Essa avaliação serve para diagnosticar a língua presa, um problema que não prejudica apenas a fala. 

“A língua presa limita os movimentos da língua durante a sucção e deglutição, que pode levar ao desmame precoce”, diz Roberta Martinelli, fonoaudióloga e autora do teste da linguinha, que se tornou obrigatório em todas as maternidades em território nacional. 

Acima, crianças e adultos sem diagnóstico precoce da língua presa, apresentando já alterações na fala, na mastigação e na deglutição
Acima, crianças e adultos sem diagnóstico precoce da língua presa, apresentando já alterações na fala, na mastigação e na deglutição
Foto: Arquivo pessoal Roberta Martinelli / Divulgação

Por fazerem muito esforço para mamar, os bebês com língua presa acabam gastando energia, o que pode levar à dificuldade para ganhar peso, além de aumentar o risco de machucar o mamilo da mãe. “Normalmente as mães começam a achar que o leite é fraco e acabam introduzindo a mamadeira. Elas também relatam ferimentos e muita dor nos mamilos”, diz a especialista. 

Na introdução da papinha, os bebês com língua presa podem apresentar dificuldade para engolir e até sofrer engasgos. Quando começam a mastigar, os alimentos mais sólidos e fibrosos passam a ser um verdadeiro desafio para eles. “No caso da carne vermelha, por exemplo, eles acabam a cuspindo no final por dificuldade de ingerir”, diz Roberta. 

Tem que exigir

O teste, que é bastante simples e pode ser feito por um profissional da saúde qualificado, deve ser exigido ainda na maternidade. “Os pais têm o direito de ter um documento que comprove que o teste foi feito e que seu filho tem ou não a alteração, assim como acontece após realizar os testes do pezinho e da orelhinha”, diz a especialista. 

No procedimento são verificadas duas alterações que caracterizam a língua presa: freio em posição incorreta e existência de ligeira fenda ou um formato de coração na ponta da língua ao ser elevada. "Nesses casos, basta soltar a membrana com uma tesoura”, diz Irene Marchesan, presidente da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia.

Diagnóstico tardio

Caso a lei não seja respeitada e o teste não seja feito na maternidade, pode ser realizado mais tarde. “Pode ser feito até o sexto mês de vida. Após esse período, deverá ser feita outro tipo de avaliação para diagnosticar o problema”, diz Roberta. 

“Uma forma de observar se seu filho tem língua presa é pedir para a criança colocar a ponta da língua no último dente do fundo e correr de um lado pro outro. Se ela apresentar dificuldades, é melhor procurar um dentista”, diz o odontopediatra Cássio Alencar. 

Fonte: Agência Beta Este conteúdo é de propriedade intelectual do Terra e fica proibido o uso sem prévia autorização. Todos os direitos reservados.
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