Desconfia que tem mau hálito? Veja 30 dicas sobre o tema e como prevenir Para começar, pode reservar um tempinho para falar sobre os motivos que levam à halitose. São mais de 60 causas, que podem estar ligadas a maus hábitos, doenças, higiene bucal que deixa a desejar. Adicionalmente, na maioria dos casos, a origem do problema é multifatorial, ou seja, tem mais de uma razão para o mau cheiro. De qualquer forma, 90% delas são originadas na boca. Portanto, esqueça tudo o que já te falaram, pois as 30 dicas que seguem vão te surpreender. Você vai descobrir a grande culpada pelo bafinho, como beber água ajuda e talvez até veja que seu problema é imaginário. Para ajudar, mais 12 dicas para prevenir o mau hálito. CAUSAS - Falhando na higiene bucal “Mas eu escovo os dentes”, muitos dizem. Realmente, isso é um primeiro passo, mas o fio dental e o limpador de língua são igualmente essenciais. Isso porque os restos de comida também são decompostos pelas bactérias no meio dos dentes e no fundo da língua. Mas a boa notícia é que se a causa diagnosticada for essa, basta acrescentar esses passos no ritual de higiene que a halitose desaparecerá. - A grande vilã saburra lingual Coloque a língua para fora e olhe no espelho. Tem uma camada esbranquiçada, amarelada ou amarronzada, no fundo da língua, mais próximo da garganta? Essa é a saburra, o equivalente à placa bacteriana dos dentes, que se acumula na língua. Ela funciona como fonte de alimento para bactérias bucais, que liberam como produto final de sua digestão gases ricos em enxofre e em outras substâncias mau cheirosas. - Como se forma a saburra? A saburra é o depósito de restos de alimentos, células descamadas da mucosa oral, de proteínas da própria saliva e de bactérias da boca na superfície da língua. Todas as pessoas formam saburra em algum grau, mas quando há a diminuição da produção de saliva ou o aumento da descamação das células da mucosa bucal, o acúmulo é maior e, como é a grande responsável pela halitose, as chances de ter hálito alterado também aumentam nessas circunstâncias. - Por que tem mau cheiro? A saburra lingual quase sempre tem mau cheiro, pois é rica em proteínas, que são utilizadas como fonte de energia de bactérias orais. O principal produto final da digestão da saburra por essas bactérias são gases de odor desagradável (como o enxofre e os compostos orgânicos). Uma vez que esses gases são voláteis, ou seja, são leves e evaporam com facilidade, seu odor forte é facilmente percebido pelo olfato das outras pessoas. - Como eliminá-la? Limpadores de língua! O ideal é consultar um cirurgião-dentista para saber qual tipo, a periodicidade e a maneira de usar. A higiene da língua deve ser feita com delicadeza, pois o uso errado dos limpadores, com muita força, pode causas machucados e até engrossar a sua superfície, de modo que o acúmulo de saburra tende a ser maior e a halitose, por sua vez, também. - Maus hábitos Fumo, mordiscar a bochecha, ronco, respirar pela boca e bebidas alcoólicas. Todos esses hábitos provocam a descamação das células da boca que são um prato cheio para as bactérias. Além disso, a bebida desidrata o corpo, reduzindo o fluxo de saliva. Do ponto de vista da bactéria: tem comida, ambiente mais seco, vamos nos proliferar! Assim, elas formam o biofilme, também conhecido como placa, que é o grande causador do cheiro de enxofre. - Doenças sistêmicas Os outros 10% das causas do mau hálito incluem problemas gastroenterológicos, otorrinolaringológicos e doenças sistêmicas, como diabetes, distúrbios renais e hepáticos e, até mesmo, o câncer. Esses maus têm relação direta com a liberação de compostos orgânicos voláteis e causam alteração no hálito, por isso é tão importante avisar a pessoa que ela tem halitose, para que possa procurar ajuda, descobrir a causa principal e tratar o mais rápido possível. - Mau hálito e o estresse O estresse causa uma redução da produção de saliva, pois a atividade das glândulas salivares depende, entre outros fatores, do equilíbrio do Sistema Nervoso Central, que fica instável em situações de nervosismo. Com pouca saliva, aumenta a formação da saburra lingual, responsável pela produção de gases que provocam halitose. Outro ponto é que pessoas estressadas costumam se alimentar com intervalos muito longos entre as refeições, e o jejum também causa o mau hálito. - Alimentos que provocam o mau cheiro Alho, cebola, alimentos ricos em enxofre, como a couve e o repolho, caem na corrente sanguínea após a digestão e podem ser liberados pela respiração. Esses casos são classificados como halitose por ingestão de alimentos. O processo de liberação desse mau cheiro pode demorar, em alguns casos, mais de 4 horas. Por isso, evite a ingestão em excesso, caso tenha que participar de algum evento social. Também existem os hipossalivares, que diminuem a produção de saliva, como café, refrigerantes a base de cola e etc. DIAGNÓSTICO - Teste se você tem mau hálito A melhor maneira de saber se você tem mau hálito é perguntando para alguém próximo. Mas, caso tenha vergonha, experimente dar uma lambida no pulso, espere por trinta segundos e cheire-o. Se o seu pulso estiver com um cheiro ruim e você tiver alguns dos maus hábitos já falados anteriormente, é possível que você tenha problemas de halitose. - Quem sofre com halitose prefere ser avisado Uma pesquisa da Associação Brasileira de Halitose mostrou que, embora 49% dos participantes tenham recebido o alerta com constrangimento, 48% acharam que quem o alertou fez bem, 35% interpretaram esta atitude como uma demonstração de afeto e 10% consideraram que a pessoa que o alertou foi corajosa. Constatou-se neste estudo que 99% desses participantes acham que quem tem halitose deve ser alertado. E, por fim, 93% dos portadores de mau hálito desenvolveram um sentimento de gratidão e admiração com relação à pessoa que lhes avisou. - Como avisar que a pessoa tem halitose Especialistas em halitose garantem que avisar uma pessoa que ela tem mau hálito é uma prova de amor e de amizade. O ideal é ter uma conversa franca, em ambiente reservado. Dizer que se importa com a pessoa e que, por isso, está avisando a ela que seu hálito está forte ou alterado. Mas, para quem não tem coragem, a ABHA tem o SOS Mau Hálito, um serviço gratuito em que você informa o nome e e-mail da pessoa que tem halitose, e a entidade entra em contato. - Ajuda de um especialista Muita gente perde anos procurando especialistas errados para cuidar do mau hálito. A primeira escolha deve ser o dentista, já que a boca é responsável por 90% dos casos de halitose. Após essa avaliação e dependendo do caso, ele pode indicar outro profissional. Para identificar o problema, é feita uma avaliação da história de saúde do paciente, exame clínico odontológico e avaliação da qualidade do hálito pelo olfato do profissional e por aparelhos que medem a quantidade de enxofre exalado na respiração. - Teste de saliva A sialometria é um exame para avaliar volume, viscosidade e densidade da saliva. O resultado mostra o fluxo salivar, ou seja, quantos mililitros de saliva são produzidos por minuto. Os valores de referência para a saliva em repouso são de 0,25ml/min a 0,4ml/min. Quando a produção de saliva é estimulada, seja pela mastigação ou quando sentimos gosto de algum alimento, a produção aumenta para 1,2ml/min a 2,5ml/min. Geralmente, o pico da salivação é por volta das 15h, e vai diminuindo ao cair da noite, momento em que não produzimos saliva. - Aparelhos que medem o hálito Hoje é possível três gases presentes no hálito: o sulfidreto (original das bactérias), o metilmercaptana (predominante na gengiva) e o dimetilsulfeto (que pode ser originado pela ingestão de alguns alimentos e bebidas ou por problemas sistêmicos). Em oito minutos, dá para detectar se há problema no hálito, mas é preciso responder a um questionário para complementar o resultado. O teste também deve ser acompanhado do organoléptico, em que um profissional treinado avalia o hálito por meio de seu olfato. - Outras doenças podem ser detectadas pelo hálito Com um cheiro diferente do normal, o hálito pode indicar doenças sérias como leucemia, diabetes e problemas nos rins. No caso da leucemia, o cheiro do sangue excessivo que sai das gengivas é um forte indicativo da doença. Pessoas com diarreia ou gastroenterites também podem ter mau hálito. Já quem tem halitose por causa da diabetes costuma apresentar um cheiro bucal mais ácido, de acetona. Outras doenças como intolerância a lactose, cirrose, febre reumática, mononucleose e sífilis também podem alterar o hálito. DÁ PARA PREVENIR - Alimentos que ajudam a halitose Maçã, cenouras e pepino quando comidos crus funcionam como alimentos detergentes, pois ajudam a limpar os dentes. Outra opção são as frutas cítricas, como laranja, limão, mexerica, abacaxi e acerola, que estimulam a produção de saliva. Em forma de chá, suco, bala, picado ou em pó, o gengibre é um adstringente natural que combate a halitose e ainda alivia a voz. - A importância da água Beber a quantidade certa de água – 35ml por kg por dia – ajuda a manter o fluxo salivar saudável. Além disso, a água mantém os níveis corretos dos minerais e ajuda na limpeza de toda a boca e dentes. Isso porque, ela é a matéria-prima da saliva, detergente natural que limpa a boca e equilibra seu pH. É na água também que encontramos grande quantidade de flúor, fundamental para a prevenção da cárie. - O papel da saliva Além de começar a digestão dos alimentos, lubrificar e proteger os tecidos bucais, ajudar a articular as palavras e permitir a percepção do sabor dos alimentos, a saliva é responsável pela autolimpeza bucal. Esse líquido formado por 99% de água remove células descamadas, resíduos alimentares e microrganismos da boca. Para exercer bem sua função, a saliva deve ser incolor e transparente. Precisa ter certa viscosidade, porque a quando muito fluida ou aguada não lubrifica bem a boca. Por outro lado, a saliva muito mucosa, viscosa ou grossa favorece o acúmulo de biofilme dentário e lingual, além do tártaro. - Kit anti mau hálito Para deixar o mau hálito longe, sempre leve no nécessaire: • Escova de dentes com cerdas macias • Creme dental • Fio dental • Limpador de língua • Enxaguante sem álcool • Garrafa de água para manter a saliva em dia - Nada de jejum Quando uma pessoa fica mais de três ou quatro horas sem se alimentar, o organismo começa a queimar gordura para conseguir energia. Nesse processo, há a liberação de compostos orgânicos voláteis que causam o mau hálito, chamado de cetônico, um cheiro de fruta estragada misturada com acetona. Por isso que quem geralmente faz dietas mais drásticas, sem acompanhamento de um nutricionista, pode ter seu hálito alterado. - Intestino como um relógio Devemos defecar pelo menos uma vez a cada 24 horas. Caso contrário, odores fétidos podem ser absorvidos no sangue e eliminados pelo pulmão, o que gera a halitose fecal. Geralmente, acontece com quem tem prisão de ventre, consome pouca água e tem uma dieta pobre em fibras. MITOS E VERDADES - Quem tem mau hálito não sente o cheiro A fadiga olfativa é quando o nariz se acostuma com o cheiro exalado da boca e passa a não mais detectá-lo como mau cheiroso. Por isso, é possível sim que você tenha halitose e não tenha percebido. - Mau hálito vem do estômago Menos de 10% dos casos de halitose são causados por problemas estomacais. “Na minha clínica, não diagnostico nem 1%. Nós temos vários sistemas de segurança em nosso organismo para que os odores da fermentação dos alimentos que ocorrem no estômago não retornem para a boca. Se fosse assim, tudo que comeríamos deixaria cheiro na boca como leite azedo, peixe e etc.”, diz Ana Kolbe, dentista especializada no diagnóstico e tratamento da halitose. - Mau hálito é falta de higiene Nem sempre. Existem vários outros motivos que podem causar a halitose. Pode acontecer até de uma pessoa perceber que tem halitose e intensificar ainda mais seus cuidados com a higiene bucal para acabar com o problema. Só que, com isso, alguns usam muita força durante a escovação, escovam os dentes muitas vezes ao dia e ainda usam escovas duras e, assim, acabam causando outros problemas, como a retração gengival, que intensifica o mau hálito. - Amidalite dá mau hálito A amidalite é uma doença infecciosa na garganta. Plaquetas brancas ou amarelas, chamadas de cáseos amidalianos, se fixam nas amídalas durante a infecção, inchando-as. Esses cáseos, quando apertados, exalam um cheiro ruim e forte que causa o mau hálito. A palavra cáseos, vem do latim caseum, que significa queijo. Daí a ligação com o odor desagradável. - Mau hálito pode ter cheiros diferentes Pode. Depende da causa. São mais de 60 possíveis motivos para o mau cheiro. Como já vimos, a diabetes tem um cheiro que lembra fruta velha e acetona. Para quem tem prisão de ventre, o hálito parece com cheiro de esgoto. A amidalite lembra cheiro de queijo, fora a halitose de cebola e alho quando comidos em excesso, que entram na corrente sanguínea e são expelidos pelo pulmão. - Mau hálito pode ser psicológico Pode. O mau hálito psicológico é muito mais comum do que se imagina. No consultório de Kolbe, aproximadamente 20% dos pacientes que a procuram pensam que tem halitose, mas não tem. Às vezes, ao verem alguém coçando o nariz, pensam que estão com mau hálito, mas 40% da população é portadora de rinite alérgica e coça o nariz constantemente por isso. A halitose imaginaria pode levar, em alguns casos, à alucinação olfativa, o que faz com que a pessoa realmente ache que sente o mau hálito. Muitos desses casos precisam de ajuda psicológica ou até psiquiátrica. - Quem usa aparelho tem mais chance de ter mau hálito Em uma pesquisa feita pela ABHA com 254 jovens de 12 a 19 anos, 37% já tiveram problemas de halitose. Dentre eles, 21% contaram que o mau hálito começou logo após o início do uso do aparelho ortodôntico. Isso porque os bráquetes, fios e bandas dificultam a higienização e descamam a mucosa bucal. O ideal é fazer o tratamento ortodôntico junto com o clínico para que o dentista possa fazer limpezas periódicas. 12 dicas para prevenir o mau hálito: 1. Visitas periódicas ao dentista. 2. Usar escova de dentes, creme dental, fio dental e limpador de língua todos os dias. 3. Comer a cada três ou quatro horas. 4. Tomar 35ml de água para cada kg de peso por dia. 5. Evitar refrigerantes, bebidas alcoólicas, cafés e outras bebidas ricas em cafeína. 6. Não fumar. 7. Mastigar bem os alimentos para estimular a saliva. 8. Consumir frutas cítricas e alimentos ricos em fibras, que estimulam a salivação. 9. Evitar automedicação e o consumo desnecessário de medicamentos. 10. Evitar ou diminuir o estresse com atividades físicas. 11. Defecar pelo menos uma vez ao dia. 12. Estar em dia com a saúde geral, com atividades físicas e avaliação médica periódica. mais especiais de turismo