Tatuadores têm função de contribuir com prevenção ao câncer
A campanha ‘Tatuadores Contra o Câncer de Pele’ é uma parceria entre uma marca de filtro solar e o A.C. Camargo Cancer Center
“O país das praias paradisíacas, do sol o ano todo e dos corpos bronzeados, infelizmente, também é o País do câncer de pele”, avisa o site da campanha que visa capacitar um grupo que nada tem de médico, mas que igualmente trata da pele do cliente: os tatuadores. Faz sentido: o câncer de pele representa mais da metade dos diagnósticos da doença no Brasil.
A campanha ‘Tatuadores Contra o Câncer de Pele’ é uma parceria entre uma marca de filtro solar e o A.C. Camargo Cancer Center, um dos três maiores centros oncológicos do mundo. Tem por objetivo alertar a população mais jovem para os riscos da doença e mostrar que o diagnóstico precoce é a chave para a obtenção de resultados positivos nos tratamentos. Nos últimos meses, foram capacitados 450 tatuadores no Rio de Janeiro e em São Paulo.
A inciativa foi de uma agência publicitária e partiu de um dado alarmante, do Instituto Nacional de Câncer (INCA): em 2014, cerca de 190 mil casos de câncer de pele deverão ser diagnosticados.
A consultoria técnica fica a cargo do cirurgião oncologista João Duprat, 54 anos, e do dermatologista Marco Antônio de Oliveira, 45 anos. Os tatuadores foram treinados para contribuir com a prevenção, alertando os clientes quando veem sinais na pele, com as características ABCD: Assimetria, Bordas Irregulares, Coloração (várias cores ou tons) e Diâmetro (maior de cinco milímetros e aumento ou diminuição do tamanho)”, orientando-os a procurar um médico.
Nas aulas aos tatuadores, a experiência visual para contribuir com a prevenção é fundamental. “Nós demonstramos elementos básicos que podem ajudá-los a interpretar lesões na pele, a partir da regra do ABCD”, explica Duprat.
Foco na campanha será pedicures
Segundo a tatuadora do estúdio Led's Tattoo, Melina Casteletto, 26 anos, os profissionais ficaram mais atentos depois da capacitação, pois o índice de pessoas que podem desenvolver a doença é alto e elas não reparam na própria pele. “Ao decidir fazer uma tatuagem, o principal é buscar um local sério, que siga todas as normas de higiene e segurança nos equipamentos estabelecidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).”
A expectativa é que a campanha foque agora em cabelereiros e pedicures, “pois os tatuadores interagem mais com os jovens e a maior incidência da doença está na faixa etária a partir dos 50 anos”, ressalta Duprat. Para ele, cabelereiros devem ser treinados já que muitas vezes “veem lesões que os próprios pacientes não veem”.