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Unicef alerta que mortes de adolescentes por aids triplicaram desde 2000

26 nov 2015 - 23h11
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As mortes de adolescentes em decorrência da infecção do vírus da aids triplicaram desde o ano 2000, segundo um relatório divulgado nesta quinta-feira pelo Unicef.

Os dados revelam que atualmente, entre os adolescentes de 15 a 19 anos, ocorrem a cada hora até 26 novas infecções.

Por isso, a aids é a causa número um de morte entre os adolescentes na África e a segunda causa de morte entre essa faixa de idade no mundo todo.

Enquanto nestes 15 anos outros grupos de população viram diminuir as mortes pela infecção, entre os adolescentes a mortalidade não cai.

A região com maior prevalência é a África Subsaariana, onde as meninas estão muito mais afetadas, já que representam sete de cada dez novas infecções entre os jovens de 15 a 19 anos.

No entanto, entre os adolescentes dessa idade na região, apenas um de cada dez foi submetido ao teste do HIV.

O Unicef adverte, em consequência, da importância do diagnóstico rápido do vírus e aponta que novos dados assinalam que a maioria dos bebês não são submetidos a testes de detecção.

Segundo os dados coletados no estudo "Statistical Update on Children, Adolescents and AIDS" (Atualização estatística sobre as crianças, os adolescentes e a aids), menos da metade das crianças menores de dois meses de idade foram submetidas ao exame do HIV.

Além disso, só uma de cada três das 2,6 milhões de crianças menores de 15 anos que vivem com o HIV recebe tratamento.

Por outro lado, os novos dados indicam que a maioria dos adolescentes que morre por doenças relacionadas com a aids contraiu o HIV ainda criança, há 10 ou 15 anos, quando um número menor de mulheres grávidas e mães que vivem com o HIV recebiam remédios antirretrovirais para prevenir a transmissão a seu filho.

Em relação às transmissões de mãe para filho, desde o ano 2000 se evitaram quase 1,3 milhão de novas infecções, em grande parte devido aos avanços na prevenção deste tipo de transmissão.

Em 2014, três de cada cinco mulheres grávidas com HIV receberam tratamento antirretroviral para prevenir a transmissão do vírus a seus bebês.

Isto se traduziu em uma redução de 60% das mortes relacionadas com a aids entre as crianças menores de quatro anos desde 2000.

O Unicef defende que esses esforços para eliminar a transmissão de mãe para filho ajudarão a mudar o rumo da epidemia para a nova geração de adolescentes.

Craig McClure, diretor dos programas mundiais de HIV/aids do Unicef, destacou hoje em comunicado que é "fundamental" que os jovens portadores do HIV tenham acesso a tratamento, atendimento e apoio.

"Ao mesmo tempo, aqueles que não são portadores do HIV devem ter acesso aos conhecimentos e meios para ajudar-lhes a permanecer dessa maneira", acrescentou.

"O mundo conseguiu conter a extensão da epidemia do vírus da aids, mas de agora até 2030 temos que conseguir pôr fim de uma vez ao mesmo", assinalou por sua parte o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que ressaltou que ainda resta muito a fazer.

EFE   
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