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Zika pode provocar morte fetal, hidropisia e hidranencefalia, segundo estudo

25 fev 2016 - 18h05
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O zika vírus, além de sua possível vinculação com a microcefalia, poderia provocar morte fetal, hidropisia e hidranencefalia quando contagia uma mulher grávida, segundo um novo estudo publicado nesta quinta-feira na revista especializada "PLOS Neglected Tropical Diseases".

Esta hipótese se baseia no caso de uma brasileira infectada com o vírus que em janeiro deu à luz a um feto morto, o primeiro que indica, segundo os pesquisadores, uma possível associação do zika congênito e o dano de tecidos fora do sistema nervoso central.

Os autores do estudo asseguram que este caso prova que, além da microcefalia, a infecção congênita do zika poderia estar vinculada à hidropisia, à hidranencefalia e ao parto de feto morto.

A hidropisia fetal é uma afecção grave que ocorre quando se acumulam quantidades anormais de líquido em duas ou mais áreas do corpo de um feto ou recém-nascido e frequentemente ocasiona a morte do bebê pouco antes ou depois do parto.

A hidranencefalia, por sua vez, é uma doença pouco comum na qual os hemisférios cerebrais não estão presentes e são substituídos por sacos cheios de líquido cérebro espinhal. A maioria das crianças com esta dolência morre antes de completar um ano.

"Estas descobertas despertam a preocupação de que o vírus pode provocar um dano severo aos fetos e levar à morte fetal, além de que poderia estar associado com outros efeitos além dos vistos no sistema nervoso central", explicou em comunicado Albert Ko, pesquisador da Escola de Saúde Pública da Universidade de Yale (EUA).

"É preciso seguir trabalhando para entender se este é um caso isolado e para confirmar se o zika vírus pode causar a morte fetal", acrescentou o cientista, que trabalhou sobre o zika no Brasil desde que sua presença foi reportada em maio de 2015.

O brasileiro Antônio Raimundo de Almeida, do Hospital Geral Roberto Santos, em Salvador, descreve junto com Ko este caso na revista.

Até agora o notável aumento de casos de microcefalia no Brasil desde que se registrou a presença do vírus no país é o fato mais preocupante sobre o atual surto da doença, que afeta sobretudo à América Latina.

Por enquanto não está provada a vinculação do zika com a microcefalia, embora a preocupação neste sentido seja cada vez maior.

Por enquanto, não existe vacina nem tratamento para este vírus, que foi descoberto nos anos 1950 na floresta Zika de Uganda.

EFE   
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