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América se transforma na primeira região do mundo a eliminar o sarampo

27 set 2016 - 15h05
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O continente americano se transformou na primeira região do mundo a eliminar a transmissão endêmica do sarampo após 22 anos de luta contra esta doença, segundo anunciou nesta terça-feira a Organização Pan-Americana da Saúde (OPS).

A declaração da eliminação do sarampo foi entregue nesta terça-feira no Conselho Diretório da OPS, diante dos ministros de Saúde da região.

Esta é a quinta doença prevenível que foi eliminada na América. Além disso, o continente foi a primeira região do mundo em eliminar a mesma depois da varíola (1971), pólio (1994), rubéola e síndrome da rubéola congênita (2015).

O sarampo, uma doença viral muito contagiosa que afeta sobretudo crianças, continua sendo uma das principais causas de morte em jovens no mundo, apesar de existir uma vacina segura e eficaz para preveni-la.

"Hoje é um dia histórico para nossa região e sem dúvida para o mundo. É a prova notável do êxito que se pode conseguir quando os países trabalham juntos em solidariedade para alcançar uma meta comum", celebrou Carissa F. Etienne, diretora da OPS, que é a filial americana da Organização Mundial da Saúde (OMS).

"Queria destacar que nosso trabalho nesta frente ainda não termina. Não podemos cair na complacência com este conquista, mas mais bem devemos protegê-lo cuidadosamente", advertiu a continuação.

Perguntado se este anúncio significa que não terá mais vacinação na América, o diretor adjunto da OPS, Francisco Becerra, deixou claro que a prevenção deve continuar porque pode haver casos importados de outras regiões que não eliminaram a doença.

"É preciso seguir vacinando para seguir nos protegendo porque há pessoas que podem nos visitar de outras regiões que não eliminaram a doença e contagiar nossa população", afirmou.

A estratégia da OPS para eliminar o sarampo se baseou em três passos: o primeiro, fazer uma campanha nacional para pedir que as pessoas coloquem a vacinação em dia dirigida a crianças de entre 1 e 14 anos.

O segundo, fortalecer a vacinação de rotina para atingir um mínimo de 95% das crianças a cada ano e, em terceiro lugar, fazer campanhas maciças de acompanhamento a cada quatro anos a fim de vacinar ínimo de 95% das crianças de 1 a 4 anos com uma segunda dose de vacina.

Entre 1970 e 1979, os países da América Latina reportavam cerca de 220 mil casos de sarampo a cada ano.

Em 35 anos, houve uma redução de casos de 95%, de 4,5 milhões registrados em 1980 a aproximadamente 244.700 casos em 2015.

O último surto endêmico ocorreu na Venezuela em 2002, embora alguns países da região seguiram notificando casos importados.

Entre 2003 e 2014, o número total de casos de sarampo importados ou relacionados com uma importação alcançou 5.077 na região.

EFE   
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