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Epidemia de hepatite E mata 25 no Níger

21 abr 2017 - 14h18
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Uma epidemia da hepatite E foi declarada em Diffa (sudoeste), onde já foram registradas 25 mortes dos 86 casos detectados até ontem.

De acordo com o Ministério da Saúde do Níger, sintomas desta doença viral foram detectados nas últimas semanas na população de Diffa, principalmente em mulheres grávidas. Amostras de sangue dos casos suspeitos foram retiradas, e os laboratórios do Instituto Pasteur, em Dacar, (Senegal) confirmaram a doença, segundo o ministro da Saúde do Nger, Idi Illiassou Mainassara.

"Até agora, a epidemia tem afetado os acampamentos onde as populações refugiadas da Nigéria e os deslocados internos que fogem dos abusos do Boko Haram vivem", disse, por sua vez, o médico assistente Hamadou Ali.

Em um primeiro momento, apareceram casos esporádicos em algumas unidades de saúde dos acampamentos onde os refugiados doentes são tratados, "mas o problema se expandiu com rapidez", deplorou Ali.

Geralmente, a hepatite E é transmitida por meio de uma fonte de água contaminada pelo vírus. É uma doença muito grave cuja infeção acostuma acontecer via oral ou fecal, segundo explicou à Efe o médico Bachir Harouna. A hepatite E produz febre muito alta, acompanhada de vômito, fortes enxaquecas, dor de barriga e urina de coloração muito escura.

"A falta de água potável e vasos sanitários, o que leva à população a defecar ao ar livre, são provavelmente a principal razão para o aparecimento da doença", acrescentou Harouna.

Conforme estatísticas de organismos humanitários em Diffa, que desde 2015 sofre com ataques do Boko Haram, 300 mil refugiados e deslocados internos vivem atualmente em acampamentos, em condições muito precárias e sem serviços básicos de higiene.

"O abastecimento de água potável a refugiados e deslocados não é satisfatório: constantemente há escassez total em certos acampamentos, o que obriga os habitantes a pegarem água em qualquer lugar", explicou Arifa Kiari, ativista humanitário em Diffa.

O governo e organismos da Organização das Nações Unidas (ONU) criaram um comitê nacional e outro regional de gestão da epidemia em Diffa e lançaram uma campanha de sensibilização entre a população da região para divulgar medidas de higiene.

EFE   
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