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Estudo afirma que vírus do ebola pode permanecer no sêmen por até 18 meses

30 ago 2016 - 22h36
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Rastros de ebola podem permanecer no sêmen de pacientes que sobreviveram a doença até um ano e meio após terem adoecido, um período maior do que inicialmente previsto, segundo aponta um estudo divulgado nesta terça-feira.

A análise dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, publicada hoje na revista médica "The Lancet", constatou que 9% dos 429 homens que sobreviveram ao ebola que foram analisados tinham restos do vírus em seu sêmen, e 63% deles testaram positivo até um ano depois de ter se recuperado da doença.

Em pelo menos um caso, os pesquisadores encontraram rastros do vírus 565 dias depois da recuperação do paciente.

A pesquisa foi realizada em conjunto com especialistas da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde da Libéria, um dos países da África Ocidental nos quais o surto do vírus provocou mais mortes entre 2014 e 2015.

"Este programa fornece importante informação sobre quanto tempo o ebola permanece no sêmen, o que é um componente-chave para prevenir ressurgimentos da doença e proteger os sobreviventes e seus entes queridos", declarou o diretor dos CDC, Tom Frieden.

As autoridades sanitárias já alertaram sobre o risco de novos surtos de ebola por transmissão sexual em março de 2015, depois que uma mulher morreu em decorrência do ebola após ter relações sexuais sem proteção com um sobrevivente do vírus uma vez que a epidemia já tinha sido controlada.

Neste caso, o sobrevivente tinha transmitido o vírus a sua parceira sexual 199 dias depois da aparição da doença.

O estudo indica, além disso, que o programa em conjunto com as autoridades sanitárias locais ajudou a criar maior consciência sobre o uso de preservativos entre sobreviventes do vírus.

A Organização Mundial da Saúde declarou a Libéria livre do ebola em junho deste ano, depois que o país passou os 42 dias regulamentares desde que o último infectado testou negativo em duas ocasiões consecutivas à presença do vírus no sangue.

A epidemia que afetou a África Ocidental entre 2014 e 2015 causou a morte de 11.310 pessoas nos três países mais afetados: Libéria, Serra Leoa e Guiné.

EFE   
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