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Estudo aponta que 1,65 milhão de mulheres correm risco de contrair zika

25 jul 2016 - 14h00
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Uma equipe de cientistas britânicos e americanos concluiu que 1,65 milhão de mulheres em idade fértil na América Central e na América do Sul correm o risco de contrair o vírus da zika no final da primeira onda desta epidemia, segundo um estudo divulgado nesta segunda-feira pelo portal "Nature Microbiology".

A pesquisa, feita por especialistas das Universidades de Southampton (Inglaterra), Oxford (Inglaterra) e Notre Dame (Estados Unidos), revelou que esse número pode aumentar para 90 milhões de infecções na mesma região durante os períodos de propagação da zika.

O vírus da zika existe há décadas, mas recentemente se tornou uma emergência de saúde internacional por causa de sua associação com graves má-formações em recém-nascidos e sua rápida difusão nestas duas áreas do planeta.

O relatório mostra a propagação que a zika teria em escala local, após a análise de padrões como clima, período de incubação e forma de transmissão.

"Esta projeção é importante para entender a extensão desta epidemia e ajudar a planejar medidas de supervisão e resposta aos surtos", declarou Andrew Tatem, geógrafo na Universidade de Southampton.

"É difícil prever com precisão quantas mulheres em idade de procriar estão em risco de contrair o vírus, já que muitas afetadas não apresentam nenhum sintoma, o que invalida os métodos baseados apenas em dados procedentes de estudos de casos", explicou.

Outro estudo divulgado nesta segunda-feira pela revista "Nature Structural & Molecular Biology" resolveu a estrutura molecular chave da proteína NS1, produzida pela doença e que talvez participe da reprodução do vírus e de sua interação com o sistema imune.

A Universidade de Michigan e a de Purdue, nos EUA, revelaram que, apesar da similaridade com outros vírus, a estrutura da NS1 no vírus da zika "tem divergências importantes", dado que "permitirá guiar o desenvolvimento de uma potencial vacina ou remédios antivirais".

O documento informa que a superfície exterior da biomolécula em questão tem propriedades elétricas de carga substancialmente distintas às de outros flavivirus, o que faz com que impacte de outra forma os componentes do sistema imunológico infectado.

"A compreensão de sua estrutura e funções nos ajudam a identificar objetivos para que os inibidores bloqueiem processos virais importantes e tratem a infecção", ressaltou o coautor do relatório Richard Khun, professor de ciências biológicas na Universidade de Purdue.

David L. Akey, cientista da Universidade de Michigan, destacou que a sequência genética da proteína NS1 muda com o tempo, razão "pela qual tem um aspecto diferente no sistema imunológico dos infectados no Brasil em relação ao dos africanos".

EFE   
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