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EUA recomendam testes de detecção de zika em amostras de sangue doados

26 ago 2016 - 16h12
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Os Estados Unidos recomendaram nesta sexta-feira a realização de testes para detecção do vírus da zika em todas as doações de sangue em seus estados e territórios, algo que anteriormente era pedido apenas nas áreas que registravam contágio local.

Em comunicado, a Agência de Alimentos e Remédios (FDA, na sigla em inglês) anunciou a nova medida foi tomada para aumentar as precauções diante do desconhecimento que segue existindo em relação ao vírus e as novas suspeitas que apontam os estudos científicos.

Esta revisão da guia emitida em 16 de fevereiro para as áreas com contágios locais da zika estende a recomendação a todos os estados e territórios dos EUA para que todas as amostras de sangue doados passem por um teste de detecção do vírus.

Estes testes, que já são realizados em áreas com transmissão local da zika como Flórida e Porto Rico, continuarão "até que o risco de transmissão da zika por transfusão se reduza".

"Dada a nova informação científica e epidemiológica sobre a zika, está claro que é necessário tomar medidas de precaução adicionais", afirma na nota Luciana Borio, chefe científica interina da FDA.

"Segue havendo muita incerteza sobre a natureza e o alcance da transmissão do vírus da zika", aponta Peter Marks, diretor do Centro para a Avaliação Biológica da agência governamental.

Até agora não se registrou nenhum caso de zika relacionado com uma transfusão de sangue nos EUA, segundo os Centros para o Controle e Prevenção de Doenças (CDC).

O sul da Flórida, Porto Rico e as Ilhas Virgens têm transmissão local do vírus, enquanto no total EUA há mais de 2 mil casos importados, de pessoas que se contagiaram em outro país.

Quatro de cada cinco pessoas infectadas com o vírus nunca apresentam sintomas, o que impede que as perguntas rotineiras que são feitas nos bancos de sangue possam servir para determinar com certeza se uma pessoa tem zika.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou em fevereiro deste ano que as más-formações congênitas (sobretudo a microcefalia) e os transtornos neurológicos (Síndrome de Guillian-Barré) ligados ao contágio da zika constituíam uma emergência sanitária de alcance internacional.

O mais alarmante sobre o atual surto de zika, que afeta principalmente à América Latina e o Caribe, é sua vinculação com a microcefalia, uma condição neurológica que provoca a diminuição do cérebro e do crânio dos bebês e causa problemas no desenvolvimento.

A zika é um vírus que se transmite pela picada de mosquitos vetores do gênero Aedes, o mesmo que transmite a dengue e a chicungunha, e cujos sintomas são similares, embora mais leves: erupções na pele, febre baixa, dor muscular e nas articulações.

Muitas pessoas infectadas com zika não procuram o médico por não apresentarem sintomas ou confundirem estes com os de um resfriado ou uma gripe, o que complica o acompanhamento do vírus por parte das autoridades sanitárias.

Por enquanto, não existe nem vacina nem tratamento contra o vírus que foi descoberto na decada de 1950 na floresta zika, em Uganda, que dá o nome a doença.

EFE   
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