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Infecção com dengue ou vírus do Nilo ocidental pode aumentar efeitos da zika

30 mar 2017 - 18h00
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Os anticorpos gerados pela exposição ao vírus da dengue ou ao do Nilo ocidental podem intensificar os efeitos provocados pela zika, indicam os resultados de um estudo publicado nesta quinta-feira pela revista "Science".

A pesquisa, realizada por cientistas da Escola Icahn de Medicina do Hospital Mount Sinai de Nova York, pode explicar as graves manifestações da zika associadas com o surto recente e ressalta a necessidade de ter maior cuidado ao elaborar vacinas contra esses tipos de vírus.

No estudo, os pesquisadores transferiram a ratos os anticorpos humanos de 141 pessoas infectados com o vírus da dengue e de 146 que já tinham sofrido com a doença do Nilo ocidental.

Depois, os roedores foram expostos aos vírus da zika. Os animais que não tinham recebido os anticorpos sobreviveram em maior quantidade, enquanto apenas 21% dos que tiveram as amostras humanas infectadas com a dengue injetadas permaneceram vivos.

A sobrevivência dos ratos que tinham recebido os anticorpos contra o vírus do Nilo ocidental também foi menor se comparado ao índice obtido pelos roedores sem nenhuma infecção anterior.

Os pesquisadores acreditam quem uma exposição prévia ao flavivírus podem agravar os efeitos da zika, o que representa um desafio para os cientistas que buscam vacinas contra essas doenças.

"A reação cruzada entre anticorpos induzidos por essas vacinas poderiam levar a uma infecção mais forte quando os indivíduos são expostos depois ao vírus da zika", alertam os pesquisadores.

"Nossos resultados ressaltam a necessidade urgente de fazer estudos epidemiológicos nos seres humanos para compreender o impacto de anticorpos pré-existentes, gerados por um flavivírus, na doença e nas sequelas da zika", completam os autores do estudo.

No entanto, outro dos resultados da pesquisa mostra que só baixas doses de anticorpos contra a dengue estavam relacionadas com uma intensificação dos efeitos da zika.

EFE   
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