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Países americanos definem plano para reduzir aids e ISTs até 2030

28 set 2016 - 20h32
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Os países do continente americano definiram nesta quarta-feira um plano para pôr fim à aids e às infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) como problemas de saúde pública até 2030, o que passa por reduzir os casos e mortes relacionados a esses fatores.

O acordo foi firmado em Washington, no 55º Conselho Diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), que reúne os ministros de Saúde do continente. O plano prevê acelerar desde agora até 2020 as medidas de prevenção e tratamento para atingir a meta dez anos depois.

Para 2030, o novo plano busca reduzir em 74% os novos casos de HIV na região, diminuir em 62% as mortes anuais relacionadas à aids e abaixar de 7% para 2% a proporção de crianças que nascem com HIV de mães infectadas, assim como fazer com que cinco ou menos crianças a cada 10 mil nasçam com sífilis congênita.

Entre as metas também consta diminuir em 5% os novos casos de câncer cervicouterino, causado pelo vírus do papiloma humano (VPH) e que se transmite facilmente por via sexual.

"Contamos com ferramentas poderosas de prevenção e tratamento que podem fazer com que a resposta ao HIV supere a epidemia", garantiu Marcos Espinal, diretor do Departamento de Doenças Transmissíveis e Análise da Saúde da OPAS, o escritório regional para América da Organização Mundial da Saúde (OMS).

"Devemos dar uma resposta mais acelerada, focada, inovadora, eficaz e sustentável, baseada em um enfoque de saúde pública, direitos humanos, igualdade de gênero e interculturalidade", considerou o chefe da Unidade de HIV, Hepatite, Tuberculose e Infecções Sexualmente Transmissíveis da OPAS, Massimo Ghidinelli.

Para conseguir isso, o plano estabelece a necessidade de ampliar e assegurar o acesso equitativo aos serviços de prevenção, atendimento e tratamento de HIV e ITSs através do trabalho integrado dos serviços de saúde, com a participação ativa da sociedade civil. Além disso, o plano busca melhorar e ampliar o financiamento público dos programas.

Outro dos objetivos da iniciativa é eliminar a discriminação e outras barreiras que dificultam o acesso oportuno aos serviços de saúde, assim como centrar as ações nas populações mais afetadas e em maior risco de HIV na região, "como transexuais, homens gays e outros homens que têm relações sexuais com homens, e os trabalhadores e trabalhadoras sexuais", explicou a OPAS.

O plano se baseia em outras iniciativas regionais que conseguiram aumentar em até 55% a cobertura de tratamento com anti-retrovirais entre 2006 e 2015, evitar 28 mil novos casos em crianças nos últimos cinco anos, e tornar Cuba o primeiro país do mundo a receber em 2015 a certidão da OMS por ter eliminado a transmissão de HIV e sífilis de mãe para filho.

Apesar desses avanços, cerca de dois milhões de pessoas vivem com HIV na América Latina e no Caribe, 100 mil pessoas são infectadas com HIV anualmente - o que apresentou um aumento nos últimos anos - e 50 mil morrem por causas relacionadas com a aids.

As ISTs, um grupo de doenças facilmente curáveis, afetaram 51 milhões de adolescentes e adultos na região em 2012.

EFE   
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