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Paquistão lança campanha para vacinar 37 milhões de crianças contra a pólio

26 set 2016 - 13h52
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O governo do Paquistão lançou nesta segunda-feira a primeira campanha de vacinação do ano contra a pólio e com a qual pretende abranger cerca de 37 milhões de crianças no país.

"As campanhas são mais efetivas no Paquistão no período que vai de setembro a maio devido à reduzida capacidade de transmissão do vírus, que de junho a agosto é maior", afirmou à Agência Efe o coordenador nacional do Centro de Operações de Emergência contra a Poliomielite, Rana Safdar.

O Paquistão e o Afeganistão são os únicos países do mundo onde a doença ainda é considerada endêmica.

Aproximadamente, 240 mil profissionais médicos, a maioria em equipes móveis, aplicarão 41 milhões de dose da vacina contra o vírus em crianças com menos de 5 anos, segundo Safdar. As equipes móveis irão de casa em casa durante três dias, enquanto os profissionais que são fixos das regiões atuarão durante cinco dias.

O Paquistão fixou como meta eliminar a poliomielite até 2018. A doença, que atinge a medula espinhal, é transmitida entre os menores de 5 anos ao ingerir comida ou água contaminadas.

Safdar ressaltou que neste ano o número de casos detectados, até agora, é de 14, frente os 38 de 2015. O país atingiu em 2014 um recorde de 306 casos, que foram reduzidos a 54 ao final do ano passado, ou seja, 82% a menos.

As campanhas de vacinação do governo paquistanês contam com apoio de organismos como Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos (CDC), e acontecem em meio a fortes medidas de segurança para evitar ataques às equipes.

Em abril deste ano, sete policiais que protegiam estas equipes morreram baleados na cidade de Karachi, no sul do país, onde ataques de grupos insurgentes representam o principal obstáculo na luta contra a pólio. Desde 2012, cerca de 100 policiais e profissionais de vacinação foram mortos por talibãs em todo o país, segundo o Unicef.

A campanha contra a pólio no Paquistão começou em 1994 e seu avanço se deparou com a desconfiança de muitos paquistaneses que acreditam que vacinar vai contra o islã e que provoca infertilidade ou que se trata de uma operação do Ocidente para acabar com os muçulmanos.

EFE   
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