‘Pequenos Corações’ acolhe e assiste crianças cardiopatas
Neste 12 de junho, Dia da Conscientização da Cardiopatia Congênita, é importante informar como identificar e lidar com a doença em bebês
Um gesto de amor e de solidariedade define bem a criação da Associação de Assistência à Criança Cardiopata - Pequenos Corações que, desde 2010, acolhe mães e suas crianças acometidas de Cardiopatia Congênita (malformações cardíacas), oferecendo orientação, hospedagem, alimentação e encaminhamento para assistência médica.
Entidade sem fins lucrativos com sede em São Paulo e atuando em todo o território nacional, a Pequenos Corações oferece acesso a tratamento adequado àqueles que a procuram para que tenham uma vida feliz, como qualquer outra criança.
Nos últimos quatro anos, a associação prestou assistência a 2.000 mães. Entre as conquistas está a criação e aprovação do Projeto de Lei que tornou obrigatório o Teste do Coraçãozinho em crianças após o nascimento, entre 24 horas e 48 horas de vida.
“Temos vontade de ajudar outras famílias porque, assim como nós passamos por dificuldades no momento do diagnóstico, do tratamento, tantas outras famílias poderiam passar”, explica a advogada Márcia Adriana Saia Rebordões, idealizadora do projeto, junto com três mães de crianças cardiopatas – Larissa Mendes, Patrícia Drummond e Fabíola Bilro. A ideia foi colocada em prática quando o filho de Márcia, Thiago, faleceu em 2009, aos 3 anos.
“Nossa proposta é que as cardiopatias sejam diagnosticadas ainda no útero da mãe. Caso isso não aconteça, é fundamental que as mais graves sejam diagnosticadas na maternidade por meio do Teste do Coraçãozinho, que mede o nível de oxigenação no sangue. Se o bebê estiver com oxigenação inferior a 95%, há chances de que ele tenha alguma malformação”, explica Márcia.
Oferece até hospedagem
A ideia de oferecer hospedagem às mães com filhos cardiopatas veio da experiência de Márcia, que passou cerca de seis meses morando dentro do hospital, enquanto o filho estava na UTI. “Muitas mães vêm de longe para que seus filhos se tratem em São Paulo. Na casa da associação, acolhemos 18 mães ao mesmo tempo”, relata Márcia.
Hoje, a Pequenos Corações trabalha com mão de obra voluntária e conta com 25 núcleos atuantes espalhados pelo Brasil. A luta agora é chegar ao Ministério da Saúde para atrair a atenção do poder público. “Queremos levar às famílias a ideia de que, com o tratamento correto, no tempo adequado, as crianças podem, sim, ter uma vida muito feliz”, completa a advogada.