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Praga ameaça espécie de antílope em vias de extinção na Mongólia

27 jan 2017 - 08h46
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A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) alertaram nesta sexta-feira que os antílopes saiga estão gravemente ameaçados na Mongólia por surto da peste de pequenos ruminantes (PPR).

Cerca de 900 exemplares dessa subespécie, equivalentes a quase 10% de sua população total, foram encontrados mortos na província mongol de Khovd, no oeste do país.

Até agora tinham sido documentados relativamente poucos casos reais de infecção por PPR em espécies similares às cabras selvagens em liberdade, e nunca em antílopes em liberdade, disseram os dois organismos em seu comunicado.

A FAO e a OIE destacaram que o compromisso internacional para erradicar "uma devastadora doença da gado que afeta principalmente ovelhas e cabras se tornou ainda mais urgente após se saber a mortandade em massa desses antílopes".

Segundo a nota, "A morte parece indicar que aconteceu um contágio a partir de animais domésticos com os quais compartilham áreas comuns de pastoreio, especialmente no inverno, quando há menos lugares onde buscar alimentos".

Os dois organismos explicaram que os antílopes saiga na Mongólia não são realmente animais migratórios, mas sim nômades, com deslocamentos temporários no outono para a reprodução e começo da primavera para a iluminação.

A espécie, muito comum nas estepes eurasiáticas no passado, está classificada como em grave perigo de extinção pela União Internacional para a Conservação da Natureza.

"Será necessário prosseguir com as pesquisas de campo para conhecer o alcance do recente surto. Se for confirmado que a PPR é a causa principal, o número de mortes de saigas é provável que seja contado em milhares nos próximos três meses", disse o secretário do programa de erradicação da PPR da FAO e da OIE, Bouna Diop.

A Mongólia informou de seu primeiro surto de PPR em setembro do ano passado, quando as mortes de ovelhas e cabras foram vinculadas a uma extensão dos casos de PPR na China.

Para a diretora geral da OIE, Monique Eloit, a mortandade dos saiga - que evidência a vulnerabilidade dos animais que não estiveram expostos à PPR, assim como o desafio de proteger a fauna silvestre - constitui um "fato sem precedentes e preocupante".

Ambos os organismos advertiram que a PPR "pode ter um impacto devastador sobre a segurança alimentar e a economia", porque "80% dos 2,1 bilhões de pequenos ruminantes que se calcula que exista no mundo vivem em regiões afetadas, e constituem um ativo importante para um terço das famílias rurais pobres".

Por isso, destacaram que a cooperação internacional é essencial, e em nível local insistiram na importância de aplicar uma estratégia regional para contê-la e erradicá-la.

EFE   
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