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Primeira Cúpula da Felicidade pretende formar novo paradigma de prosperidade

17 mar 2017 - 18h37
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Convencidos da necessidade de fixar novos "paradigmas" para medir a prosperidade, acadêmicos, psicólogos e líderes espirituais se reuniram nesta sexta-feira em Miami (EUA) para participar da primeira Cúpula Mundial da Felicidade.

"O assunto crucial é que temos uma luta entre a cultura da felicidade e a cultura impressionante da pressão do estilo de vida, onde domina o materialismo, a concorrência e o estresse", disse à Agência Efe o economista britânico Richard Layard.

Layard, um dos primeiros a expor que a saúde mental tem um peso predominante na economia, afirmou que é preciso sair desse círculo e estabelecer como meta "fazer os outros felizes".

A cúpula de Miami, que começou com sessões de meditação e ioga, visa promover "um diálogo em todos os níveis" a fim de chegar a "outro paradigma para medir o que é a prosperidade", afirmou à Efe a diretora do evento, Karen Guggenheim.

Levando em conta que as métricas claramente econômicas não bastam para ter uma ideia "do que significa de verdade estar vivo", os participantes da reunião vão explorar as práticas, políticas e possíveis alianças para aumentar a felicidade.

Layard, que tem o título de lorde e é o fundador do movimento Ação para Felicidade, destacou que os governos, e inclusive organizações como a ONU, estão buscando dentro de suas metas "o bem-estar e não a riqueza material da população".

Quanto à relação entre riqueza e felicidade, Layard disse que é mais fácil reduzir a pobreza do que "mudar outros aspectos da natureza humana".

"Sabemos que o mais importante é mudar coisas de nós mesmos para gerar felicidade em qualquer circunstância nas quais estejamos", opinou.

O fundador da Cúpula da Felicidade, o espanhol Luis Gallardo, afirmou que a ciência, em sua relação com a espiritualidade, "marca o que podemos fazer em nível prático".

A ciência está provando que não é preciso "fazer muitas coisas para ser feliz, pelo o contrário: se é feliz e depois se faz muitas coisas", acrescentou.

O líder espiritual Sri Sri Ravi Shankar, a diretora do escritório Smart Dubai, Aisha Bin Bishr, o diretor do escritório da Felicidade Nacional Bruta do Butão, Saamdu Chetri, e o jornalista e escritor Ismael Cala estão entre os participantes desta cúpula.

"A felicidade como nós a definimos consiste em ajudar os outros, viver em harmonia com a natureza, e descobrir seu potencial interior, sabedoria e valores", explicou à Efe o Chetri, que desde 2012 lidera o Centro para a Felicidade Nacional Bruta, na cidade de Bumthang, na região central do país asiático.

Na década de 1970, o rei do Butão Jigme Singye Wangchuck declarou que "a Felicidade Nacional Bruta é mais importante que o Produto Nacional Bruto", um enunciado oposto à "noção materialista" do progresso humano.

Neste fórum, Chetri detalhará como o governo do Butão implementa este conceito, para o qual existem quatro pilares: a Boa Governança, o Desenvolvimento Sócio-econômico Sustentável, a Preservação e Promoção da Cultura e a Conservação Ambiental.

Com um sorriso que parece esculpido, Chetri se mostra convencido de que "em países onde há muito materialismo há menos felicidade" e diz que compartilhar é algo que está estreitamente ligado à felicidade e ao bem-estar emocional.

Aisha Bin Bishr, diretora do escritório Smart Dubai, explicou à Efe que nos Emirados Árabes a tecnologia é só uma ferramenta para atingir o principal objetivo, que é a felicidade dos cidadãos.

EFE   
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