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Protestos em defesa da Ciência se espalham pelo mundo

22 abr 2017 - 17h18
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Milhares de pessoas de todo o mundo participaram neste sábado da "Marcha pela Ciência", um protesto que começou na Austrália e foi se estendendo ao longo do dia por mais de 600 cidades da Ásia, Europa, África e América.

Com o lema "Science, not Silence" ("Ciência, não silencio"), uma multidão se reuniu em Washington para participar na primeira marcha convocada e que se espalhou a tal ponto em que se tornou um protesto mundial. Uma manifestação que não deve ser entendida como um protesto pelos cortes feitos no âmbito da ciência pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trumpo, mas sim como uma reivindicação do importante papel que a ciência tem na sociedade, de acordo com os organizadores.

O nome de Trump, no entanto, apareceu em todas as mobilizações, celebradas em um ambiente festivo e nas quais os participantes levavam cartazes com frases como "Hora de reagir", "O gelo não tem agenda, ele apenas derrete", "Einstein era um refugiado" e "Não existe planeta B".

Os primeiros protestos do dia começaram na Austrália e na Nova Zelândia, em cidades como Sydney, Camberra, Auckland e Wellington. Conforme o mundo ia acordando, novas ações surgiam em Tóquio, Hong Kong, Seul e Nova Délhi, com atos que misturavam reivindicações científicas e comemorações pelo do Dia da Terra. Em Nova Délhi, por exemplo, importantes figuras, como o primeiro-ministro Narendra Modi e os prêmios Nobel da Paz Dalai Lama - exilado na Índia - e Kailash Satyarthi, destacaram a importância de proteger a natureza para as novas gerações.

O protesto foi rumando pelo Oriente e chegou à Europa com um claro caráter científico. Na França, as cidades organizaram marchas emolduradas no apoio aos americanos, "expostos à rejeição da nova Administração de Donald Trump", segundo os organizadores. Cientistas, universitários e pessoas comuns se manifestaram com esse lema em Bordéus, Clermont-Ferrand, Grenoble, Lille, Lyon, Montpellier, Marselha, Nice, Paris e Toulouse.

Enquanto isso, em Londres o público caminhou do Museu da Ciência até a Praça do Parlamento, em Westminster, para expressar preocupação pelo que considerara uma "tendência alarmante" entre os políticos de desacreditar a pesquisa científica.

Um "Piquenique Científico" com a apresentação de diversos experimentos no Parque Sigmund Freud marcou o início da marcha em Viena. Depois, 20 cidades alemãs se uniram ao protesto global com ações para defender a autonomia da ciência.

Nas proximidades do Lago Leman aconteceu a marcha em Genebra, onde os organizadores pediam que o ato de hoje fosse o "início de um grande movimento em defesa de uma ciência a serviço de todos", uma ideia apoiada pelo ex-diretor-geral do Centro Europeu de Física de Particulas (CERN), Rolf-Dieter Heuer. Já em Lisboa, o comissário europeu de Investigação, Ciência e Inovação, Carlos Moedas, pediu que os cientistas "não tenham medo de gritar" para defender o que acreditam.

Em Zagreb, os estudiosos aproveitaram para denunciar a falta de recursos para a ciência e a educação na Croácia. Uma postura similar a dos espanhóis, que participaram de movimentos nas principais cidades - como Madri, Barcelona e Sevilla - para exigir que o conhecimento científico esteja no centro das decisões políticas.

No decorrer do dia, o continente americano começou a aderir aos protestos. No Brasil, foram convocados atos para Porto Alegre, Brasília, Rio de Janeiro e Curitiba. Também foram programadas ações em Buenos Aires (Argentina), Antofagasta e Santiago (Chile), Bogotá, Medellín e Cali (Colômbia), Cidade do México, Guadalajara e San Luis Potosi (México) e Cidade do Panamá (Panamá).

EFE   
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