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Remédios que existem ou estão em teste podem servir para tratamento da zika

29 ago 2016 - 15h48
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Um grupo de cientistas identificou duas substâncias já existentes que podem deter a replicação do vírus da zika no corpo e os danos que o mesmo causa no cérebro do feto, mas são necessários estudos complementares antes de poder aplicá-los na luta contra essa doença, segundo publicou a revista "Nature".

Pesquisadores das universidades da Flórida, Johns Hopkins e dos Institutos Nacionais para a Saúde dos Estados Unidos revisaram cerca de 6 mil remédios e compostos e se concentraram nos que já foram aprovados pelas autoridades americanas ou que estão mais avançados em processos de testes clínicos.

O doutor Hongjun Song, da Johns Hopkins, informou através de um comunicado que "desenvolver um novo remédio leva anos, inclusive décadas," e que, no atual "tipo de emergência, não dispomos desse tempo".

Assim, os cientistas identificaram dois tipos de compostos que "potencialmente poderiam ser utilizados no tratamento da zika. Um que evita que o vírus se replique e o outro que impede que o mesmo mate as células cerebrais do feto", segundo a nota.

Com essa descoberta, foi dado "o primeiro passo para se chegar a um método terapêutico que pode conter a transmissão desta doença", indicou o professor Hengli Tang, da Universidade da Flórida.

Os compostos identificados pelos pesquisadores "são muito eficazes contra a zika nas placas de cultivo, mas não sabemos se podem funcionar da mesma maneira em humanos", advertiu Song.

Os compostos promissores identificados podem ser divididos em dois tipos: os remédios neuroprotetores, que previnem a ativação de mecanismos que causam morte celular, e os fármacos antivirais, que atrasam ou freiam a replicação do vírus.

Um dos fármacos que os especialistas consideraram promissores é o Emircasan, que ainda está em fase de testes clínicos e serve para reduzir os danos causados no fígado pelo vírus da hepatite C, mas, além disso, mostrou ter efeitos neuroprotetores.

Outro medicamento é a niclosamida, que é utilizado para tratar infecções por parasitas como a tênia, em humanos e animais, e que funcionou como agente antiviral nesses experimentos.

No entanto, os cientistas ainda não determinaram se esse remédio poderia entrar no sistema nervoso central de um adulto ou de um feto para tratar as células cerebrais que são atacadas pela zika, por isso são necessários mais estudos.

O vírus da zika foi descoberto em 1947, mas pouco se sabia sobre como ele funcionava e suas possíveis implicações na saúde, especialmente nas mulheres grávidas, até o último surto ocorrido no ano passado na América do Sul.

EFE   
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