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Rio de Janeiro entra em alerta após primeira morte por febre amarela

16 mar 2017 - 20h16
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A chegada da febre amarela ao Rio de Janeiro acendeu um alerta nas autoridades e provocou a antecipação de uma grande campanha para vacinar toda a população do estado contra a doença, que já deixou 137 mortos no país.

A pequena cidade de Casemiro de Abreu, que fica a cerca de 130 quilômetros da capital, concentra todas as atenções, já que os dois primeiros casos foram registrados no local.

Um homem de 38 anos morreu após contrair a doença, transmitida por mosquitos. A outra pessoa infectada está internada no hospital.

Foi a primeira morte por febre amarela no Rio de Janeiro, apesar de casos da doença já terem ocorrido em Minas Gerais, São Paulo e Espírito Santo.

Segundo o último boletim divulgado pelo Ministério da Saúde, foram registradas 137 mortes por febre amarela em 80 cidades, além de 424 casos confirmados. Das 1.558 notificações sobre possíveis infecções, 201 foram descartadas e 933 estão sendo investigados.

Os estados mais afetados são Minas Gerais, com 325 casos confirmados (75% do total), Espírito Santo, com 93, e São Paulo, com apenas quatro.

Apesar do surto que afeta todo o país, a família de Watila Santos, a primeira vítima da doença no Rio de Janeiro, denunciou à Agência Efe o total desconhecimento sobre a doença da família e da própria equipe de médicos que o atendeu no hospital.

A cunhada de Watila, Camila Oliveira da Silva, afirmou que no princípio ele sentiu "fisgadas na cabeça, muita dor e febre muito alta". "Então ele foi ao médico, disseram que era uma gripe e ele voltou para casa. Começou a se sentir pior, nos chamou e chegaram os bombeiros para levá-lo ao hospital. Sofreu um infarto e morreu", lamentou.

A família desconhecia totalmente sobre o surto de febre amarela no sudeste do país, especialmente em áreas de florestas, semelhante ao local onde viviam Watila e seu vizinho, de 37 anos, e que está internado em um hospital do Rio de Janeiro.

"Não sabíamos que o mosquito estava por aqui, não sabíamos de nada", comentou Camila.

O tio de Watila, Moisés Oliveira, criticou a falta de informações por parte da Secretaria Municipal de Saúde sobre o ocorrido.

"Não nos disseram nada, não veio ninguém nos informar sobre a causa da morte. Tive que descer para perguntar o que tinha ocorrido. Eles só vieram, nos vacinaram, nos disseram que não devemos entrar na mata durante dez dias e que devemos imunizar as casas para evitar mais mosquitos", disse Moisés em entrevista à Efe.

Todas as famílias que vivem na região onde foram registrados os dois casos em Casemiro de Abreu foram imediatamente vacinadas, uma ação que será ampliada nos próximos dias para toda a população do município e as cidades vizinhas.

"Vamos vacinar toda a população em Casemiro de Abreu e seus vizinhos. Estamos adotando medidas de emergência para que a doença não se propague", afirmou o secretário estadual de Saúde do Rio de Janeiro, Luiz Antônio Teixeira.

O secretário afirmou que, como Casemiro de Abreu está em uma região afastada das divisas do estado com os municípios nos quais o vírus já tinha sido detectado, determinou o início da vacinação em outras 25 cidades identificadas como vulneráveis.

A campanha foi iniciada com 1 milhão de doses da vacina contra febre amarela que o Ministério da Saúde enviou ao Rio.

Nos demais municípios do estado, não incluídos nesta primeira fase, a campanha de vacinação será iniciada no dia 26 de março, como estava inicialmente previsto.

"Não há necessidade de deslocamento da população em direção aos municípios na busca da vacina. Toda a população será imunizada, de forma gradual, até o fim do ano", disse a Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro.

EFE   
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