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Brasileiras amamentam 2 vezes mais que mães nos EUA e China

Aleitamento materno exclusivo só até os seis meses aumentou vinte vezes entre 1980 e 2006 no país

25 nov 2016 - 08h00
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Por quanto tempo você mamou no peito? Pode até não ter sido muito, mas existe uma grande chance de ter sido mais tempo do que um americano ou um chinês. Essa constatação vem depois que uma pesquisa publicada pela revista científica The Lancet revelou que as mães brasileiras amamentam seus filhos por mais tempo que as chinesas, americanas e inglesas.

O resultado dessa pesquisa é para deixar todo brasileiro muito orgulhoso, afinal, o aleitamento materno traz muitos benefícios para as crianças
O resultado dessa pesquisa é para deixar todo brasileiro muito orgulhoso, afinal, o aleitamento materno traz muitos benefícios para as crianças
Foto: Soloviova Liudmyla / Shutterstock

Depois de analisar 153 países, os pesquisadores constataram que o Brasil é um exemplo quando o assunto é aleitamento materno, estando pelo menos entre os cinco primeiros em excelência. Aqui a o período médio de amamentação de seis meses é o dobro em comparação a países como Estados Unidos, China e Inglaterra.  

Incentivo

Esses dados são resultados de uma política de incentivo à amamentação que vem sendo aplicada no país há alguns anos. Na década de 70, as crianças costumavam ser amamentadas apenas até os dois meses de idade. Já em 2006, esse número pulou para 14 meses.

A porcentagem de crianças que se alimentam somente do leite materno até os seis meses de idade, como pede a Organização Mundial de Saúde (OMS), aumentou vinte vezes entre 1980 e 2006, chegando à taxa de 39% do total de crianças que nascem.  

Para Maria Terezinha Mucheroni, cirurgiã-dentista e colaboradora no Banco de Leite Humano da Secretaria Municipal de Saúde, de Bauru, esses números realmente são obra de um trabalho muito sério que vem sendo feito há algum tempo. 

“Acredito que o Brasil se destacou nessa pesquisa por possuir a maior Rede de Bancos de Leite do mundo e a NBCAL (Norma Brasileira de Comercialização de Substitutos do Leite Materno, Bicos, Chupetas e Mamadeiras). A Rede de Bancos de Leite oferece apoio especializado as mães e capacitação aos profissionais, e a NBCAL protege elas dos interesses comerciais que envolvem a prática do desmame”, diz a especialista. 

Importância do leite materno

O resultado dessa pesquisa é para deixar todo brasileiro muito orgulhoso, afinal, o aleitamento materno traz muitos benefícios para as crianças. 

“O leite materno possui todos nutrientes que a criança precisa para seu desenvolvimento, além disso, é de fácil digestão e não sobrecarrega o aparelho digestivo nem os rins do bebê. Ele ainda previne doenças respiratórias, diarreias, em especial a enterocolite necrotizante que ainda hoje mata recém-nascidos em todo mundo, inclusive nos países desenvolvidos”, diz Maria Terezinha. 

Já os benefícios relacionados a saúde bucal estão diretamente ligados a mecânica da amamentação, ou seja, a forma como o bebê retira e engole o leite materno. “Os movimentos realizados pela criança estimulam a respiração nasal, o crescimento das arcadas e preparam a musculatura para a mastigação e fala”, diz a especialista. .

Vale ressaltar que todos estes benefícios são ampliados com a exclusividade da amamentação. “Durante os seis primeiros meses somente leite materno deve ser oferecido ao bebê, ou seja, nada de chás ou água neste período”, diz Maria Terezinha. 

Dor e crença do leite fraco

Os principais motivos que levam as mães a introduzirem precocemente a mamadeira são as comuns dores ao amamentar e a crença do leite fraco. 

“É importante lembrar que para o ser humano a amamentação não é instintiva, precisa ser apreendida e, portanto, a mãe e o bebê precisam de ajuda de profissionais capacitados. Quanto mais cedo chega a ajuda, maior a chance de sucesso. O desmame precoce se deve na maioria das vezes por falta de apoio em tempo adequado à mãe e seu bebê”, diz a dentista. 

Fonte: Agência Beta Este conteúdo é de propriedade intelectual do Terra e fica proibido o uso sem prévia autorização. Todos os direitos reservados.
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