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Criança: dente para frente tem 3 vezes mais chance de trauma

Estudo revela que meninos que praticam esportes de impacto são o principal grupo de risco para esse tipo de trauma

30 mai 2016 - 08h00
(atualizado às 14h00)
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Traumatismo dentário é o segundo maior problema bucal em crianças, após a cárie. E dados recentes mostram que aqueles com os dentes da frente superiores mais avançados têm até três vezes mais chance de sofrer trauma. Mas será que é possível evitar esse problema? Especialistas garantem que sim. 

Garotos com idade entre 8 e 11 anos são o principal grupo de risco para esse trauma, que na maior parte das vezes envolve somente a coroa do dente
Garotos com idade entre 8 e 11 anos são o principal grupo de risco para esse trauma, que na maior parte das vezes envolve somente a coroa do dente
Foto: Voyagerix / Shutterstock

Depois de analisar estudos de 1990 até 2014 com mais de 200 milhões de casos de traumatismo dentário, um estudo feito pela Universidade Italiana de Sapienza, em Roma, divulgado em 2015, chegou a essa estimativa: 1 em cada 3 crianças com dentes pra frente sofrerão traumatismo dentário.

E a explicação para essa tese é bem simples. Por estarem mais projetados, durante um acidente esses dentes sofrem muito mais com o impacto do que os outros, pois recebem o primeiro contato.

“Fraturas da coroa do dente são as mais frequentes, mas há outro tipo de fratura mais preocupante: a da raiz dentária. Ainda podem ocorrer deslocamentos do dente para frente ou para trás (nesses casos pode haver fratura do osso), ou ainda para dentro ou para fora, esse último caso é quando o dente é totalmente extraído”, diz Alexandre da Veiga Jardim, ortodontista e autor do blog Ortodontia Descomplicada.

Meninos, as principais vítimas

Segundo um outro estudo publicado pelo Jornal Americano de Ortodontia e Ortopedia Facial também de 2015, os meninos são o principal grupo de risco. “Garotos com idade entre 8 e 11 anos são o principal grupo de risco para esse trauma, que na maior parte das vezes envolve somente a coroa do dente. Além do mais, o fato deles praticarem esportes de impacto como artes marciais, futebol, basquete, entre outros, os mantêm ainda mais nessa zona de risco”, diz o dentista. 

Pais, fiquem atentos!

Quando uma criança sofre um acidente e bate o dente, é importante que os pais fiquem de olho. Mesmo não aparecendo na hora, o dente afetado pode ter sofrido um dano irreversível na sua polpa (a parte interna dele), que é rica em vasos sanguíneos e inervações. 

“Com o tempo esse dente vai morrer (necrosar) e escurecer, o processo é assintomático, sem dor, e pode levar até anos. Por isso qualquer tipo de trauma deve ser acompanhado e investigado radiograficamente por um especialista”, diz Alexandre. 

Hábitos perigosos

Mas por que algumas crianças desenvolvem esse tipo de dentição? Uma parte da causa desse problema é a própria genética da criança. “Pode haver uma diferença de tamanho entre os ossos da boca e os dentes e se estes últimos forem muito maiores, podem ficar sem espaço, entortando ou, em alguns casos, ficando projetados. Nesse caso não há como prevenir, apenas como tratar”, diz o dentista. 

Outra parte da causa são os hábitos adquiridos pela criança. ”Os pais devem ficar atentos às crianças que chupam o dedo, têm postura alterada da língua (quando ela fica empurrando os dentes na hora de deglutir), usam chupeta por períodos prolongados, colocam o lábio inferior entre os dentes de cima e de baixo ou têm alterações na fala”, diz Alexandre. 

Essas alterações funcionais, em conjunto com problemas respiratórios (rinite ou respirar de boca aberta) podem resultar em prejuízo até mesmo para o desenvolvimento facial da criança.

Papel dos pais

Como em qualquer situação onde há a necessidade de cessar um hábito, o entendimento da criança a respeito dos malefícios deste hábito e sua cooperação na terapia são essenciais. E essa missão é um trabalho para os pais. 

“A criança entende o mundo de maneira diferente do adulto. Devemos reforçar constantemente o que desejamos da parte dela como que ela pare de chupar o dedo ou de usar a chupeta. Mas ao invés de puni-la por chupar o dedo, devemos fazer um elogio ou dar alguma recompensa quando ela não o fizer. Isso é chamado Reforço Positivo”, diz o especialista. 

Fonte: Terra
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