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Tratamento da DTM pode melhorar rendimento de remadores

Redução da dor e da falta de equilíbrio, sintomas da Desordem Temporomandibular, melhora a qualidade de vida e os resultados dos atletas

16 jun 2016 - 08h00
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A DTM (Desordem Temporomandibular) é um problema causado por excesso de pressão nas articulações ou músculos responsáveis pelo movimento de abre e fecha da boca. Quem sofre com ela, costuma apresentar dores em diversas partes do corpo (coluna, cabeça, pescoço e rosto, por exemplo) e acaba tendo sua qualidade de vida e sua efetividade afetadas. Com base nisso, a Faculdade de Odontologia da USP (FOUSP) resolveu fazer um estudo associando essas dores ao rendimento de atletas remadores. Os resultados foram muito favoráveis ao esporte como um todo.

Essa modalidade esportiva é bastante peculiar, pois nela todo o corpo do atleta deve se mover, enquanto a cabeça deve permanecer fixa, pois do contrário o barco vira
Essa modalidade esportiva é bastante peculiar, pois nela todo o corpo do atleta deve se mover, enquanto a cabeça deve permanecer fixa, pois do contrário o barco vira
Foto: Eduardo Abe / www.worldrowing.com. / Divulgação

A pesquisa analisou inicialmente 30 atletas remadores que estavam sofrendo com algum tipo de dor. Desses 30, 10 foram diagnosticados com DTM e assim, foram divididos em dois grupos de cinco.

Para um dos grupos foi indicado somente um exercício próprio para pessoas que sofrem com esse problema que é o de encostar a língua no céu da boca e abrir e fechá-la 15 vezes. Isso deveria ser feito três vezes ao dia.

Já o outro grupo teve que fazer o mesmo exercício, mas também usar um aparelho dentro da boca que preenche o espaço entre os dentes da maxila e da mandíbula. O objetivo dele é aliviar os efeitos da tensão e do estresse. Depois de três meses foi possível observar uma melhora significativa na dor do segundo grupo, que usou o dispositivo.

Por que remadores?

Segundo Eduardo Yujiro Abe, autor da pesquisa e Membro da Sociedade Brasileira de Dor Orofacial (SBDOF), a escolha desse grupo de estudo partiu da falta de material de análise sobre o assunto.

“Durante uma conversa sobre a relação entre a oclusão e a postura descobrimos que uma aluna remadora foi diagnosticada como portadora de DTM. Após um levantamento bibliográfico, obervamos que existia apenas um artigo europeu, em 2005,relatando este mal nesta modalidade esportiva, despertando nosso interesse, não só pela afinidade em trabalhar com atletas, como também pela necessidade da manutenção do equilíbrio durante cada movimento de remada”, diz o especialista.

Para ele, essa modalidade esportiva é bastante peculiar, pois nela todo o corpo do atleta deve se mover, enquanto a cabeça deve permanecer fixa, pois do contrário o barco vira. Ou seja, há muita tensão envolvendo a parte superior do corpo (inclusive na mandíbula e na maxila) e o equilíbrio é fundamental para esse tipo de atleta. “Sendo assim, além do esforço físico constante, o atleta deve ter atenção e foco total durante a prática, ou seja, com dor, o desempenho poderá ser afetado”, diz Eduardo.  

Resultados

A redução da dor mostrou aos pesquisadores que o centro de gravidade dos voluntários melhoraram quando eles estavam em pé. Além disso, o organismo se reorganizou melhorando o equilíbrio.

“Quando o equilíbrio é estabelecido há menor gasto energético. Para o atleta, toda a economia de energia é importante para que ela seja utilizada no momento certo. Mas de modo geral, a redução da dor trouxe melhora na qualidade de vida diária desses atletas”, diz Eduardo. 

Todos os esportes

Qualquer tipo de dor prejudica o organismo como um todo e nos priva em partes de nossas atividades diárias podendo causar até, em alguns casos, repouso forçado. Para o atleta, esse período de redução do treinamento ou pausa pode gerar estresse psicológico.

“Os dispositivos usados na pesquisa (placa oclusal estabilizadora), tem como objetivo fornecer estabilidade articular e relaxamento muscular. Sendo assim, grande parte das modalidades esportivas podem se beneficiar com eles, mas é importante ressaltar a importância do correto diagnóstico com um especialista. Os dispositivos devem, não só ser prescrito e confeccionado pelo dentista, mas também adaptados ao seu dia-a-dia e à modalidade. Por exemplo: o boxeador, o karateca ou o jogador de rúgbi podem obter excelentes resultados em sua performance com um protetor bucal”, diz Eduardo. 

Fonte: Agência Beta Este conteúdo é de propriedade intelectual do Terra e fica proibido o uso sem prévia autorização. Todos os direitos reservados.
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