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Conheça os perigos da amamentação cruzada

Apesar de ser uma prova de amor essa prática pode trazer riscos de doenças para o bebê e para ama de leite

2 set 2016 - 08h00
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“O aleitamento materno é como se fosse água regando uma semente para dar bons frutos”. É assim com quase todas as novas mamães. Quase, porque nem todas podem ou conseguem amamentar seus filhos e aí muitas vezes recorrem a amamentação cruzada que é quando outra mulher amamenta uma criança além de seu próprio filho. Acontece que isso pode trazer sérios riscos à saúde do bebê e da mãe que esta amamentando. 

Existem doenças que não são detectadas no pré-natal e outras ainda que podem ser adquiridas depois do nascimento da criança
Existem doenças que não são detectadas no pré-natal e outras ainda que podem ser adquiridas depois do nascimento da criança
Foto: Sonsedska Yuliia / Shutterstock

A questão é tão séria que o próprio Ministério da Saúde e a Organização Mundial da Saúde contraindicam essa prática desde 1985, pois muitas doenças podem ser passadas para a criança que ainda possui um sistema imunológico muito frágil. 

“Os principais riscos da amamentação cruzada são infecções que podem ser transmitidas pelo leite como o vírus HIV, HTLV1 e HTLV2 (vírus da família do HIV), a Hepatite B e C, a doença de Chagas, Citomegalovirus (da família do vírus do herpes) e outros. Há ainda o risco de transmissão de drogas eventualmente ingeridas pela nutriz (mulher que amamenta outra criança) que podem ser excretadas no leite”, diz Arno Warth, pediatra do Hospital Albert Einstein.

Pré-natal

E não adianta achar que só porque você ou a nutriz do seu filho fizeram um pré-natal completo durante a gravidez estão livres desse problema. “Existem doenças que não são detectadas no pré-natal e outras ainda que podem ser adquiridas depois do nascimento da criança”, diz o infectologista Luiz Carlos Peregrinni. 

Além disso, segundo ele, há doenças que não se manifestam em adultos, mas podem ser bastante perigosas para as crianças, principalmente os recém-nascidos, pelos motivos já citados acima. 

O contrário

E, apesar de um pouco menos grave, os bebês também podem passar doenças para a nutriz. “A saliva da criança pode entrar em contato com o sangue da mãe /ama de leite através de fissuras nos mamilos durante a sucção”, diz Warth. Ou seja, mais um motivo para que a amamentação cruzada não seja uma opção para você que não está conseguindo amamentar seu filho. 

Bancos de Leite

Segundo o pediatra, a primeira opção para a mãe que está com dificuldade de amamentar é procurar um especialista para entender as causas do problema e tentar resolver. “Muitas vezes a amamentação não está acontecendo por motivos como ansiedade da mãe, falta de informação sobre posição correta ou simplesmente falta de experiência, principalmente em mães de primeira viagem”, diz Luiz. 

No entanto, se mesmo assim a amamentação não for possível, a mãe pode recorrer aos Bancos de Leite Humano em sua cidade. No Brasil há cerca de 218 BHL. 

Para muitos pediatras essa é uma opção muito mais saudável do que optar por ir direto para formas lácteas de amamentação. O leite materno tem todos os nutrientes e anticorpos que o bebê precisa. 

Leite tratado

Mas qual a diferença de amamentar a criança com leite materno dos BHL e de uma ama de leite? Segundo Luiz Carlos, todos. “Nos BLH,  além de analisar os exames recentes da lactante, o leite é tratado, pasteurizado e, por isso, isento de qualquer possibilidade de transmissão de doenças, tornando a doação absolutamente segura para quem doa e para quem recebe”, diz o infectologista. 

Fonte: Agência Beta Este conteúdo é de propriedade intelectual do Terra e fica proibido o uso sem prévia autorização. Todos os direitos reservados.
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