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Vacina em ratos dá resposta imunológica eficaz à malária

18 jul 2016 - 15h03
(atualizado às 15h26)
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Pesquisadores franceses elaboraram um protótipo de vacina atenuada contra o parasita responsável pela malária, que nos testes com ratos de laboratório alcança uma "resposta imunológica eficaz e duradoura", segundo um estudo que publica nesta segunda-feira pelo "Journal of Experimental Medicine".

Os cientistas conseguiram identificar e "apagar" um gene do parasita que causa a malária, o plasmodium, que é transmitido pela picada de um mosquito.

Um dos autores do estudo, Salaheddine Mécheri, afirmou que este projeto de vacina, "graças a seu efeito protetor rápido, durável e polivalente, constitui um protótipo promissor", segundo um comunicado do Centro Nacional de Saúde e Pesquisa Científica, que realizou o estudo junto ao Instituto Pasteur.

Os pesquisadores tentaram dar um enfoque original para buscar uma vacina, para a qual modificaram geneticamente várias cepas de plasmodium para desativar o gene que codifica a proteína HRF.

As modificações obtidas, que não ativam a HRF, se mostraram "muito eficazes" para desencadear a resposta imunológica, acrescenta a nota.

A ausência da proteína HRF provoca nos roedores um forte aumento da produção de citocina IL-6, uma proteína conhecida por suas propriedades para estimular a resposta imunológica, com a qual os ratos ficam protegidos de um novo ataque do parasita inclusive em suas cepas mais virulentas.

Além disso, a memória imunológica a longo prazo consegue manter a proteção dos roedores durante mais de um ano e a vacina pode ser aplicada em qualquer momento do ciclo de desenvolvimento do parasita.

Este estudo gerou os primeiros parasitas geneticamente modificados, nos quais a mutação controla diretamente a resposta imunológica do infectado.

Cerca de 3,2 bilhões de pessoas estão expostas ao risco de contrair malária e no ano passado, segundo dados da Organização Mundial da Saúde, foram registrados 214 milhões de casos, dos quais 483 mil acabaram em morte.

Uma vacina eficaz seria o meio necessário para lutar contra esta doença, mas existem dificuldades para prepará-la devido à complexidade biológica do plasmodium e às múltiplas estratégias desenvolvidas ao longo de sua evolução para resistir à resposta imunológica do infectado.

A infecção por malária se caracteriza, especialmente, pela ausência de uma resposta imunológica protetora, e a infecção representa a abolição da memória imunológica.

EFE   
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