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Dengue a Aids: tire dúvidas sobre doenças causadas por vírus

Virose é uma doença causada por vírus e esse diagnóstico normalmente se refere a uma infecção viral aguda, como as que causam diarreia e res

4 mai 2015 - 17h45
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Quem nunca recebeu um diagnóstico de “virose”? Provavelmente, assim como muitos, já reclamou de ser uma constatação simplista do médico, não é verdade? Mas, que fique claro, na maioria dos casos, exames mais específicos realmente não são necessários. Tire 12 dúvidas sobre o assunto, com explicações da infectologista Daniela Lamas, do Hospital Leforte, e do infectologista Alexandre Naime Barbosa, professor da Faculdade de Medicina da Universidade Estadual Paulista (Unesp)/Botucatu:

1 – O que é virose?

Em termos científicos, virose se refere a qualquer doença causada por vírus, seja ela simples e passageira, como um resfriado, ou grave e crônica, como a Aids ou a hepatite C. “Em termos práticos, quando o médico dá um diagnóstico de ‘virose’, está se referindo a uma provável infecção viral aguda, como as que causam diarreia ou mesmo resfriado, e cujo diagnóstico específico, ou seja, o isolamento e identificação do vírus não se faz necessário em todos os casos devido à dificuldade e preço dos métodos laboratoriais frente à provável evolução benigna e sem complicações do quadro”, explicou o infectologista Barbosa.

Foto: iStock / Getty Images

2 – Então, gripe, dengue, catapora, por exemplo, são viroses?

Sim, todas essas doenças são causadas por vírus e podem ser mais ou menos graves, dependendo principalmente da resposta imune do paciente.

3 – Quais tipos de viroses são mais comuns?

As síndromes que mais comumente são denominadas no diagnóstico como “viroses” são as diarreias agudas (gastroenterocolite aguda ou Geca) e as infecções de vias aéreas superiores (Ivas ou resfriado), como informou o infectologista Barbosa. Os agentes virais mais comuns de diarreia são adenovírus, astrovírus, rotavírus e norovírus; e os associados às infecções de vias aéreas superiores são rinovírus, coronavírus, vírus sincicial respiratório e parainfluenza.

4 – Como é feito o diagnóstico de virose?

O diagnóstico é feito por meio dos sintomas e sinais detectados no exame físico durante a consulta, como informou o infectologista Barbosa. “Existem exames para detectar influenza, vírus sincicial respiratório, citomegalovírus, dengue, chikungunya, ebola”, completou a infectologista Daniela.

5 – Muitas pessoas reclamam de diagnósticos de virose, dizendo que são muito simplistas, sem aprofundamento. No hospital, não é possível realizar exames que indiquem qual vírus está em ação quando a pessoa está com virose? Isso não é necessário?

“Depende muito do caso. Quando falamos em doenças respiratórias, como influenza, podemos fazer os exames, mas não alterará o tratamento. As viroses gastrointestinais normalmente não têm exames específicos. O exame é necessário quando há suspeita de dengue, chikungunya, febre amarela, ebola”, explicou a infectologista Daniela. “Na maioria das vezes, quando se exclui a possibilidade de um diagnóstico mais complexo e potencialmente grave, a abordagem dos sintomas do quadro basta para se estabelecer o diagnóstico e o tratamento sintomático da grande maioria das gastroenterocolites agudas ou infecções de vias aéreas superiores, que têm evolução benigna”, completou Barbosa.

6 – Quais são os sintomas mais comuns das viroses?

No caso das gastrointestinais, os sintomas são diarreia líquida, dor abdominal, febre baixa, náuseas, vômitos, indisposição. Quando a pessoa está com infecção de vias aéreas superiores, nota-se tosse, espirros, obstrução nasal, febre baixa, coriza, mal-estar.

7 – Como ocorre o contágio de viroses?

No caso das gastrointestinais e das vias aéreas superiores, o contágio se dá por meio de contato com secreções de pessoas doentes, mãos não higienizadas adequadamente, água e alimentos contaminados.

Foto: iStock / Getty Images

8 – Como é o tratamento de viroses?

Tanto na gastroenterocolite aguda quanto nas infecções de vias aéreas superiores, o tratamento é sintomático. “Devemos tomar antitérmicos, hidratação e dieta leve”, comentou a infectologista Daniela. Em quadros mais intensos, que envolvem, por exemplo, desidratação moderada à grave ou dificuldade respiratória, pode ser necessária internação, como alertou Barbosa.

9 - Se tiver virose e não tratar, pode levar a problemas mais sérios?

“No caso de gastroenterocolite aguda e infecções de vias aéreas superiores, o tratamento é sempre sintomático, mas a avaliação clínica é sempre necessária devido à possibilidade de quadros mais graves”, comentou o infectologista Barbosa. Outras viroses, como a infecção pelo HIV e vírus da hepatite C, podem levar a quadros gravíssimos e potencialmente fatais.

10 – Soro caseiro é uma boa aposta para viroses?

É indicado somente em casos de desidratação leve a moderada, que, após avaliação clínica, se verifique não ser necessária internação para hidratação endovenosa. “É uma boa opção, mas não substitui hidratação com água e sucos”, comentou Daniela. “Não se deve fazer o soro em casa, pois existe o risco de errar a dose de sal e açúcar e superdosar o preparo. A recomendação é que, caso seja indicado, o soro seja requisitado nos postos de saúde e farmácias, que já têm o composto corretamente pronto para uso”, opinou Barbosa.

11 – Como prevenir viroses?

Com cuidados simples, como evitar alimentos estragados e vencidos; lavar sempre frutas, verduras e legumes; evitar contato próximo com pessoas com sintomas de infecções de vias aéreas superiores; e lavar sempre as mãos. Nos casos de dengue e chikungunya, por exemplo, é necessário eliminar os criadouros dos mosquitos.

12 - Qual é o perigo de contrair viroses na gravidez?

A gastroenterocolite aguda e as infecções de vias aéreas superiores não são problemas graves na gestação, devendo ser tratadas da mesma forma sintomática, como informou Barbosa. “O principal problema é a desidratação. Portanto, sempre deve procurar um médico para realizar os diagnósticos diferenciais e iniciar a terapêutica mais adequada para aquele caso”, completou Daniela. “Existem outras doenças causadas por vírus, como o citomegalovírus ou a rubéola, que podem ser perigosas em termos de malformações e doenças para o recém-nascido. Nesses casos, começando precocemente o pré-natal, o obstetra dará todas as orientações de prevenção”, alertou Barbosa.

Fonte: Terra
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