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Sem sono? Dormir mal engorda e aumenta risco de infarto

Entre os problemas da falta de sono estão dificuldade de concentração, obesidade e doenças cardiovasculares

24 jun 2015 - 19h21
(atualizado em 25/6/2015 às 09h21)
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Dormir pouco e mal resulta em cansaço, sonolência durante o dia e alterações do humor. Já passou por isso? Mas os problemas da privação de sono não param por aí.  Você sabia que podem levar à maior predisposição para diabetes, obesidade e problemas cardiovasculares, além de reduzir a imunidade?

Foto: iStock

Afinal, por que as horas de descanso são tão importantes a ponto de interferir tanto na saúde? “Durante o sono, vários hormônios e substâncias regularizadoras são liberados e a privação de sono acarreta na não liberação dessas substâncias e na disfunção de órgãos como coração”, explicou a neurologista Carla Guariglia, do Núcleo de Neurologia do Hospital Samaritano de São Paulo.

A média adequada de horas de descanso fica entre sete e oito horas por noite. Mas a necessidade varia de pessoa para pessoa. Há quem durma seis horas e se sinta bem e descansado, enquanto outros precisam de até 10 horas. “Mas o que se vê é que a grande maioria da população está dormindo abaixo do limite. Outro fator importante é a qualidade do sono. Sabe-se que mais de 30% da população apresenta a apneia obstrutiva do sono. Portanto, ambos os fatores têm ocasionado consequências a médio e longo prazo, tanto com prejuízo físico como mental e emocional”, comentou o neurologista Luciano Ribeiro Pinto Júnior, membro da Associação Brasileira do Sono (ABS).

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Mas como saber quando procurar um médico? Que fique claro que uma insônia ocasional, relacionada a um problema pontual da vida, como um dia estressante ou uma briga com um familiar, não precisa ser tratada. “A busca do tratamento deve ser baseada em alterações de humor, cansaço excessivo, dificuldades de concentração e memorização, dificuldades psicológicas e emocionais, estresse excessivo e ansiedade”, listou a otorrinolaringologista e especialista em medicina do sono Angela Beatriz Lana. “Nos casos de insônia, tem-se considerado acima três meses de sintomas. No caso de ronco, apneia e sonolência diurna, deve-se procurar um médico já no início, uma vez que pode se tratar de um caso de apneia do sono”, completou o neurologista Luciano.

A seguir, veja detalhes de seis problemas relacionados à falta de sono adequado:

Dificuldade de concentração e problemas de memória 

Várias pesquisas mostram que as conexões nervosas no cérebro se fortalecem durante o sono e as diferentes fases dele têm seus papéis no fortalecimento da memória. “Se temos um sono com vários despertares, essas fases são interrompidas e a memória e capacidade de atenção ficam prejudicadas”, comentou a especialista em medicina do sono Angela.

“Dormir pouco ou acordar várias vezes durante a noite interfere na quantidade e qualidade do sono chamado de sono REM, que é o sono profundo, que tem a função restauradora. O sono REM irregular e em ciclos mais curtos faz com que, no dia seguinte, a pessoa sinta sonolência, irritabilidade por não ter descansado corretamente, dificuldade de se concentrar devido à sonolência e, com isso, não consegue manter atenção para o aprendizado, o que se traduz em dificuldade de memória”, completou a neurologista Carla.

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Obesidade

Uma das explicações de como a falta de sono aumenta as chances de se tornar obeso é que a pessoa muito cansada não tem ânimo para se exercitar e queimar calorias. A especialista em medicina do sono Angela também mencionou que quem não dorme bem acaba ingerindo mais calorias por um desbalanceamento entre hormônios que controlam o apetite: leptina e grelina.

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Depressão

Dificuldade para dormir é muitas vezes o primeiro sintoma de uma depressão, como informou a médica Angela. “Vários estudos mostram que 15% a 20% das pessoas com insônia vão desenvolver depressão. Essa relação ainda não é completamente esclarecida, mas parece que pessoas deprimidas têm padrões de sono anormais”, completou.

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Problemas cardiovasculares

Pessoas que dormem menos que seis horas por noite podem ter até duas vezes mais chances de ter um infarto ou derrame do que as que descansam oito horas. O motivo não é completamente claro, como informou a médica Angela, mas sabe-se que dormir pouco altera os níveis de pressão sanguínea e o metabolismo da glicose no sangue, fora que fatores inflamatórios são liberados em maior quantidade no sangue, danificando as paredes das artérias.

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Baixa imunidade  

Anticorpos e células que lutam contra as infecções ficam reduzidas quando não se dorme o suficiente. “Durante o sono, nosso sistema imune libera proteínas chamadas citocinas, que precisam aumentar quando temos infecções, inflamações e estamos sob estresse. A falta de sono reduz em muito a produção dessas citocinas”, explicou a especialista em medicina do sono Angela.

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Diabetes

O sono parece ser tão importante quanto o exercício e a dieta para o desenvolvimento da diabetes, como informou a médica Angela. “Quando não se dorme o suficiente, parece que o corpo precisa de mais insulina para manter os níveis adequados de glicose. Redução do sono parece alterar o nosso sistema nervoso simpático, relacionado ao controle de estresse e este também regula nosso metabolismo do açúcar no sangue”, explicou a especialista.

As células produtoras de insulina param de trabalhar adequadamente com a falta de sono e aumentam os níveis de glicose no sangue, o que causa a diabetes tipo 2. O cansaço resultante da falta de sono também altera a habilidade do sistema nervoso em regular os níveis de açúcar no sangue. “Apenas duas noites dormindo menos que quatro horas já desencadearia o processo de alteração no metabolismo do açúcar no sangue”, alertou Angela.  

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Dicas para dormir melhor

Quando vai para a cama, você fica assistindo à TV e mexendo no celular? Pois saiba que isso é um erro. “A luz na hora de dormir é prejudicial à qualidade do sono, assim como um ambiente barulhento e quente”, disse a especialista em medicina do sono Angela. Deite-se em um quarto com pouca luz, sem barulho, em uma cama confortável, de preferência sem televisão e aparelhos eletrônicos uma hora antes de dormir, como ensinou a neurologista Carla.

Evite produtos que contenham cafeína e realizar atividade física nas quatro horas que antecedem o sono. Mantenha certa regularidade no horário de deitar e de acordar, mesmo nos fins de semana. “Evite bebidas alcoólicas à noite e não faça uso de medicamentos para dormir sem orientação médica”, lembrou o neurologista Pinto.

Esforce-se para deixar a mente livre. “Anotar os problemas pendentes para o dia seguinte ajuda também a desestressar o início do sono, assim como uma música calma”, completou Angela.

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Fonte: Ponto a Ponto Ideiais
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